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O pesadelo com a inadimplência ainda não acabou — e o Nubank pode surpreender (negativamente) no quarto trimestre

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Até mesmo a temporada de balanços corporativos das empresas da bolsa, marcado por suas tecnicidades e burocracias, tem as suas tradições. O calendário normalmente começa com a divulgação dos números dos grandes bancos — como a do Santander nesta quinta-feira (02) e Itaú Unibanco (ITUB3) e Bradesco na próxima semana. 

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Apesar da B3 contar com centenas de empresas listadas, algumas semanas são mais badaladas que outras, mas a revolução do sistema bancário nos últimos anos fez com que os resultados de pequenos e médios bancos costumassem ser um espetáculo à parte. 

O roteiro é mais ou menos o mesmo, mas as particularidades importam. Enquanto no caso dos grandes bancos os analistas vasculham a sustentabilidade dos lucros bilionários e da rentabilidade, as linhas de deterioração e crescimento das carteiras de crédito são os números mais aguardados entre os pequenos e médios . 

Depois de um ano complicado e que machucou muito a inadimplência — com forte avanço dos juros e queda na renda das famílias —, os analistas do Santander acreditam que o que se deve ver nos números do quarto trimestre é um forte crescimento da carteira de crédito aliado a uma deterioração mais controlada da inadimplência. 

Nos cálculos de Henrique Navarro, Arnon Shirazi e Anahy Rios, tanto o Nubank quanto o Inter devem ver a sua carteira de crédito com ganhos expressivos no comparativo anual — algo como 75% e 45%, respectivamente. Números muito mais agressivos do que os esperados para os mais tradicionais Banrisul (BRSR6) e Banco Pan (BPAN4), de 21% e 12%.

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Com o crescimento diluindo o percentual total e uma aparente estabilização da piora da inadimplência, o banco de investimentos espera que os “calotes” cresçam em ritmo menos acelerado que o visto no trimestre anterior. Mas isso não significa que o pesadelo acabou. 

Nas estimativas dos analistas, o Nubank pode ver a sua inadimplência atingir a casa dos 7% — um crescimento de 0,30 pontos percentuais, contra a média de 0,10 p.p dos demais concorrentes do segmento. 

Mas você dificilmente verá um número semelhante no balanço da fintech. Isso porque o Nubank é o único banco a utilizar um sistema diferenciado para contabilizar o seu crédito perdido — aquele em que as chances de recuperação são baixíssimas. 

Ao contrário da prática usual, a mesma utilizada pelos analistas do Santander para os cálculos, o Nubank passou a excluir da sua base inadimplente todos os contratos com atrasos superiores a 120 dias, enquanto outros bancos usam a janela de 365 dias. 

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No terceiro trimestre, o roxinho reportou que a inadimplência de 15 a 90 dias aumentou para 4,2%. Já os contratos com atrasos superiores a 90 dias aumentaram para 4,7%. 

Na visão dos analistas, o BTG Pactual (BPAC11) deve ser o banco médio com os resultados mais sólidos,  com uma receita de R$ 2,2 bilhões, uma queda na comparação trimestral, mas uma alta de 25% na base anual.

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