Um grupo de investidores que inclui o Instituto Ibero-americano da Empresa entrou com um processo de arbitragem contra a Americanas (AMER3) após a fraude contábil de mais de R$ 25 bilhões revelada pela varejista.
Além da companhia, os investidores acionaram no processo os empresários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. Os bilionários são acionistas de referência e eram controladores da Americanas até 2021.
O grupo quer o ressarcimento e indenização por perdas depois do anúncio do rombo contábil em janeiro deste ano. Eles estimaram o valor da causa em R$ 500 milhões. Em resposta, a Americanas contestou a arbitragem e pediu o encerramento do procedimento.
Após a revelação da fraude no balanço, as ações da Americanas desabaram 90% na B3. Neste mês, a varejista apresentou um relatório da assessoria jurídica da companhia sobre o rombo.
O documento apontou a participação do ex-CEO Miguel Gutierrez no esquema, além de três diretores e outros três executivos. Mas a investigação isentou o conselho de administração, que tem Carlos Alberto Sicupira entre os integrantes. Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles não atuam diretamente na companhia.
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O que pedem os investidores
O pedido de arbitragem contra a Americanas e que inclui Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles aconteceu ainda em janeiro.
Outros seis investidores fazem parte do grupo que entrou com o procedimento: Charles Xavier Gois Dantas, Fabiana dos Reis Saorin, Francisco Airton Duarte Filho, Francisco Rubens Leite Curinga, Naiquel Sassi e Victor Revoredo Vasconcelos.
Eles pedem a condenação da companhia e dos empresários pela violação dos deveres fiduciários relacionados ao dever de prestar informação correta aos acionistas.
Desse modo, os investidores querem a anulação da compra das ações da Americanas com a devolução do valor corrigido ou o pagamento da diferença entre o valor pago com base nas informações prestadas ao mercado e o preço correto da ação.
Além disso, eles pedem ressarcimento por prejuízos pela compra das ações e uma indenização.
Além de Lemann e dos sócios, os investidores acionaram a 3G Capital na arbitragem, mas a gestora dos bilionários não detém participação na Americanas.