Mais um nome de peso internacional integrará a lista de clientes da Embraer (EMBR3). A Coreia do Sul escolheu a aeronave da companhia brasileira para integrar a Força Aérea da República da Coreia (ROKAF).
A companhia venceu o processo de licitação pública para fornecer as aeronaves de transporte militar C-390 Millenium ao programa, de acordo com a Administração de Programas de Aquisição de Defesa da Coreia do Sul. Empresas como a Airbus e a Lockheed Martin estavam na disputa.
Com isso, o país se torna a primeira nação da Ásia a adquirir os jatos C-390 da Embraer. O acordo não revela quantas aeronaves serão configuradas aos requisitos específicos da ROKAF e fornecidas ao país.
O negócio animou os investidores nesta segunda-feira (4). A ação da Embraer era uma das únicas a operar no campo positivo da bolsa brasileira depois do anúncio. Por volta das 10h53, os papéis EMBR3 subiam 0,61%, negociados a R$ 22,98. No ano, as ações acumulam alta de 63%.
Os detalhes do negócio da Embraer (EMBR3)
O valor do negócio da Embraer (EMBR3) com a Coreia do Sul também não foi anunciado. De acordo com a companhia, o montante será revelado apenas na divulgação da carteira de pedidos da empresa do quarto trimestre de 2023.
Além dos jatos, o contrato estipula que a Embraer está responsável pela prestação de serviços e suporte, como treinamento, equipamentos de apoio em solo e peças de reposição.
A companhia também oferecerá um pacote de cooperação com entidades locais, com fabricação de uma quantidade significativa de peças do C-390 por empresas parceiras coreanas, além do desenvolvimento de um fornecedor local de MRO (Manutenção, Reparo e Revisão, em português).
“Esta é uma nova era nas relações Brasil-Coreia do Sul. Estamos comprometidos em aumentar as capacidades das indústrias aeroespacial e de defesa locais em conjunto com nossos parceiros coreanos”, afirmou Bosco da Costa Jr, presidente e CEO da Embraer Defesa e Segurança, em nota.
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Outros clientes da Embraer (EMBR3)
O C-390 Millennium é a aeronave de transporte tático militar mais moderna da Embraer. Ela consegue transportar 26 toneladas de carga — acima do patamar de outras aeronaves militares de carga de médio porte, além de voar mais rápido e mais longe que jatos rivais.
Além disso, o C-390 requer menos manutenção quando comparado a outras aeronaves, resultando em maior disponibilidade e custos mais baixos ao longo de seu ciclo de operações.
Ainda que esteja estreando em solo asiático, o C-390 Millenium já é conhecido mundo afora. Afinal, além da Coreia do Sul, outros seis países firmaram negócio para adquirir os jatos militares da Embraer (EMBR3).
Até o momento, o Brasil, Portugal, Hungria, Holanda, Áustria e a República Tcheca fecharam a aquisição da aeronave para operações de defesa.
Em terras tupiniquins, o jato C-390 entrou em operação com a Força Aérea Brasileira em 2019. A frota atual é composta por seis aeronaves.
O que dizem os analistas sobre o negócio
Na visão dos analistas do JP Morgan, o negócio com a Coreia do Sul é positivo para as ações da Embraer (EMBR3).
O JP Morgan possui recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 28 por ativo. Isso implica em um potencial de valorização de 22,5% em relação ao último fechamento das ações, de R$ 22,84.
De acordo com relatório, a operação com o país asiático reforça a tese do banco norte-americano de que as reservas de pedidos e receitas com defesa devem continuar em crescimento nos próximos anos.
Ainda que os detalhes do acordo não tenham sido revelados, como o número de aeronaves encomendadas ou o valor da parceria, os analistas acreditam que a Embraer deve fornecer em torno de dois ou três jatos à ROKAF.
“Supondo que o pedido seja de 3 aeronaves a um preço médio de US$ 140 milhões, a carteira de pedidos de defesa da Embraer agora é de US$ 4,2 bilhões, incluindo o pedido da Holanda, Áustria e República Tcheca”, escreveram os analistas.
“O aumento da carteira de pedidos é um bom presságio para a nossa expectativa de melhoria de margem no segmento durante os próximos anos.”
Nas projeções do banco, a carteira da Embraer (EMBR3) ainda poderá alcançar o patamar de US$ 17 bilhões.
Essa estimativa implica que a Embraer seja bem sucedida com as negociações na Índia, que inclui um pedido de 60 aeronaves, na Arábia Saudita, com encomenda de 30 jatos, e na Suécia, com 2 aparelhos.