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Eletrobras (ELET3) tem prejuízo no 4T22 e lucra menos no ano. E parte da “culpa” é da privatização

Presidente Jair Bolsonaro e demais autoridades presentes no toque de campainha da Eletrobras na B3

Presidente Jair Bolsonaro e demais autoridades presentes no toque de campainha da Eletrobras na B3

Privatização é sinônimo de empresa mais lucrativa, certo? Pelo menos no caso da Eletrobras (ELET3), isso ainda não aconteceu. A ex-estatal do setor elétrico registrou prejuízo de R$ 479 milhões no quarto trimestre de 2022 e reverteu o lucro do mesmo período do ano anterior.

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No ano marcado pela oferta de ações que marcou a privatização da companhia, o lucro da gigante do setor elétrico recuou 36%, para R$ 3,6 bilhões.

De certo modo, uma parcela da "culpa" pelo resultado mais fraco pode ser atribuída ao processo de mudança para a gestão privada. Isso porque um dos impactos no resultado veio do plano de demissão voluntária que a Eletrobras colocou em marcha no fim do ano passado.

O programa deve ajudar a enxugar a estrutura e melhorar os resultados futuros da companhia, mas em um primeiro momento tem um custo. No caso da Eletrobras, o plano contou com a adesão de 2.494 empregados e gerou uma despesa não-recorrente foi de R$ 1,260 bilhão.

Veja a seguir os principais números do balanço do 4T22 da Eletrobras e a comparação com o mesmo período de 2021:

Compromissos da privatização

Entre as despesas que também pesaram no balanço estão os compromissos que a Eletrobras assumiu para levar adiante o processo de privatização.

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É o caso, por exemplo, do repasse à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) de 50% do valor adicionado às concessões da empresa.

Além da CDE, a Eletrobras se comprometeu com projetos de revitalização das bacias hidrográficas e Amazonia Legal dentro das contrapartidas para a privatização. No total, esses encargos custaram R$ 888 milhões no quarto trimestre, de acordo com a companhia.

Como se não bastasse, a Eletrobras sofreu ainda com a deflação do período, que afetou as receitas com transmissão de energia, cujos contratos são atrelados ao IPCA e ao IGPM.

Outro fator que ajudou a derrubar o resultado do quarto trimestre foi uma provisão de recebíveis da Amazonas Energia de R$ 2,5 bilhões.

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Por outro lado, a Eletrobras vem conseguindo limpar os "esqueletos" herdados da gestão estatal. Um dos destaques foi a redução de R$ 1,5 bilhão das provisões referentes ao empréstimo compulsório, principalmente com a realização de acordos judiciais.

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