O novo Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior) ainda não tem data para ser lançado, mas já tem gente grande de olho nele. Projetando o potencial do fundo estudantil reformulado, o JP Morgan passou a recomendar a compra de uma ação do setor de educação — e o papel dispara mais de 10% nesta sexta-feira (01).
A ação nota 10 é a Ser Educacional (SEER3), que além de sair de uma indicação neutra para compra, teve o preço-alvo estabelecido em R$ 9 para 2024 — o que representa um potencial de valorização de 46% em relação ao último fechamento.
Por volta de 13h30, os papéis SEER3 subiam 10,19%, cotados a R$ 6,81. Mais cedo, as ações chegaram a subir mais de 12%. No ano, os ativos acumulam ganho de 52%. Confira nossa cobertura ao vivo de mercados.
“Nos tornamos mais positivos à medida que a empresa cumpre com sucesso o programa de redução de custos e também oferece opções atrativas para o Fies apoiada nas operações dos grandes campi”, diz o JP Morgan em relatório.
A recomendação de ter os papéis da Ser em carteira também é baseada no múltiplo da empresa: as ações estão sendo negociadas no piso dos nomes do setor de educação de massa, a 4,7 vezes o valor da firma sobre o Ebitda (EV/Ebitda) para 2024, contra 5,0-5,5x.
O JP Morgan, no entanto, não deixou de favorecer Anima (ANIM3) e Afya (A2FY34).
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A Ser e o Fies
Segundo o JP Morgan, a Ser poderá ser uma das grandes beneficiárias do novo Fies, especialmente pela alta exposição ao campus de massa.
Além disso, a empresa tem maior participação dos alunos em regiões menos favorecidas do Norte e Nordeste, e poderia tirar proveito de qualquer incentivo oferecido.
A análise do banco sugere um aumento potencial de R$ 7 por ação no caso de um Fies com 150 mil assentos incrementais e um aumento de 5 pontos percentuais nas margens do campus.
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O que será do futuro?
Por um lado, o JP Morgan reduziu as previsões de receitas em 3% tanto para 2023 como para 2024, devido a expectativas mais baixas para o negócio digital da Ser.
O banco, no entanto, aumentou as estimativas de Ebitda ajustado em 5% e 2% para 2023 e 2024, respectivamente, pela maior lucratividade no negócio de campus, excluindo medicina, à medida que a Ser cumpre os planos de eficiência.
Além disso, o JP Morgan cortou os encargos de depreciação e amortização em 5% e 7%, o que ajuda a gerar aumentos consideráveis no lucro ajustado — embora a partir de uma base muito pequena.