A Direcional (DIRR3) é uma das empresas que podem ser beneficiadas pelo Minha Casa Minha Vida. Mas nem todos os especialistas acreditam que a companhia é o nome certo para surfar na onda do recriado e turbinado programa habitacional.
Segundo relatório divulgado nesta quinta-feira (20), o Citi mudou de compra para neutra a recomendação para os papéis da incorporadora. O novo preço-alvo é de R$ 22 por ação — alta de 8% ante à cotação atual dos papéis, que recuam 1,31% nesta quinta-feira (20) com o rebaixamento.
O banco atualizou seu modelo de projeções para a companhia e agora vê a rival Cury (CURY3) melhor posicionada para aproveitar a expansão na última faixa de renda e no valor máximo de imóveis do MCMV.
A operação core da Direcional, voltada para as faixas mais baixas do programa, também foi alvo de alerta: “Estamos cada vez mais preocupados com a contínua relutância da Caixa em seguir com medidas para aumentar a acessibilidade financeira.”
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Direcional largou na frente das captações, mas pode ficar para trás na média renda
Vale destacar que nem só de críticas é feito o relatório do Citi. Os analistas do banco apontam que a empresa saiu na frente de outras construtoras no quesito captação com um follow-on de R$ 429 milhões.
A concorrente MRV (MRVE3) também captou — e em volume maior, de R$ 1 bilhão — mas o Citi afirma que, assim como a Tenda (TEND3), a construtora mineira está mais focada em reestruturar o capital no momento.
Já companhias menores ainda lutam para acessar crédito e expandir a atuação na faixa um do Minha Casa Minha Vida.
Nas faixas mais elevadas do programa, por outro lado, o banco enxerga mais vantagens para Cury. Os analistas citam que a rival “há muito se concentra na categoria de baixa e média renda”.
“Além disso, a exposição exclusiva da Cury aos mercados de SP e RJ acarreta agora em grandes ventos favoráveis devido às revisões dos planos diretores das cidades”, relembram.