A BRF (BRFS3) liderou os ganhos desta sexta-feira (4) no Ibovespa boa parte do dia, com alta superior a 6%, e não foi sem motivo: o JP Morgan melhorou a recomendação da empresa de olho nos efeitos positivos do recente aumento de capital e de possíveis desinvestimentos.
O banco norte-americano passou a recomendar a compra dos papéis BRFS3 e elevou o preço-alvo de R$ 6,50 para R$ 12 — o que representa um potencial de valorização de 17% em relação ao fechamento de hoje.
“Vemos o recente aumento de capital, possíveis desinvestimentos, iniciativas de corte de despesas e redução dos custos de ração colocando a alavancagem e a lucratividade da empresa de volta nos trilhos após alguns anos de fraco desempenho da lucratividade e consumo de fluxo de caixa”, diz o JP Morgan em relatório.
De acordo com o banco, a BRF é um caso de risco com avaliação atraente, negociando a 4,8x o valor da firma sobre o Ebitda (EV/EBITDA) em 2024 versus a média de cinco anos de 6,5x.
Hoje, as ações da BRF encerraram o dia com alta de 6,10%, cotadas a R$ 10,27. No ano, os papéis acumulam ganho de 23%.
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BRF de volta aos trilhos
O recente aumento de capital juntamente com potenciais desinvestimentos e as iniciativas de corte de custos devem colocar a BRF e sua alavancagem de volta nos trilhos, de acordo com JP Morgan.
No mês passado, a Marfrig (MRFG3) ampliou sua posição acionária na BRF em uma oferta subsequente de ações que movimentou R$ 5,4 bilhões. Com a operação, o grupo passa a ter uma influência ainda maior na dona da Sadia e Perdigão.
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Na capitalização, aprovada pelos acionistas no início de julho, cada nova ação da companhia saiu por R$ 9,00.
O banco, no entanto, lembra que a capacidade da empresa de crescer mais rápido, inovar e gerar valor excedente ainda não foi testada.
“A nova equipe de gestão está no caminho para tornar a BRF mais enxuta e ágil. Eles estão focados no núcleo, de volta ao básico. Achamos que isso deve levar a uma alta material dos ganhos deprimidos vistos nos últimos anos”, diz o JP Morgan.
Segundo o banco, para ir além do básico, a empresa precisará mostrar como alavancar suas marcas e ativos sólidos para gerar retorno e fluxo de caixa.
O JP Morgan vê a BRF negociando com 47% de desconto para players globais de alimentos processados e acredita que parte disso é explicado pela falta de confiança dos investidores na capacidade da companhia de crescer e inovar de forma mais consistente.