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Balanço da Weg (WEGE3) divide analistas após resultado operacional abaixo do que era esperado — será que o posto de ação queridinha está ameaçado?

Fábrica com objeto com logo da WEG (WEGE3)

Todo mundo sabe que a Weg (WEGE3) é das ações preferidas de muitos gestores por aí, capazes de fazer uma longa lista de elogios em cima dos resultados sempre brilhantes trimestre após trimestre. Mas, desta vez, pode ser que essa relação esteja meio abalada após o balanço divulgado na manhã desta quarta-feira (26).

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Apesar de um lucro líquido de R$ 1,3 bilhão entre os meses de janeiro e março deste ano, o que representa uma alta de 38,4% na comparação anual, o que desagradou os analistas mesmo foi o resultado operacional da companhia, além da desaceleração na receita.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Weg somou R$ 1,6 bilhão no primeiro trimestre de 2023. Apesar de representar um crescimento de 37% na comparação com o mesmo período de 2022, ele veio bem abaixo do esperado, já que o consenso da Refinitiv indicava uma expectativa de R$ 2,4 bilhões para essa linha do balanço.

Já a receita da Weg no período somou R$ 7,7 bilhões, enquanto o mercado esperava R$ 8,1 bilhões.

Os analistas do Itaú BBA classificaram o resultado como neutro, apontando que o lucro líquido veio conforme as expectativas do mercado conforme o crescimento mais fraco e bem impulsionado por uma "significativa e inesperada" expansão da margem Ebitda.

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Para a equipe, ainda não há certeza de que esse novo nível de margens será preservado, mas acreditam que pelo menos parte desses ganhos sejam estruturais.

Por outro lado, diz o relatório, isso pode ser ofuscado caso a desaceleração vista na receita represente uma demanda mais fraca de maneira mais generalizada.

Os analistas também pontuam que algumas divisões do mercado doméstico, como equipamentos industriais e GTD, vieram abaixo das expectativas. O resultado para o mercado externo também não foi conforme o esperado, especialmente na Europa.

Além disso, o capex da Weg ficou aquém das estimativas do banco, num total de R$ 343 milhões. A expectativa dos analistas é de que a empresa acelere seus investimentos ao longo do ano, considerando que o orçamento previsto é de R$ 1,6 bilhão.

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Ainda assim, o Itaú BBA permanece com recomendação de compra para o papel, com preço-alvo de R$ 44,00 para o fim deste ano — potencial de alta de 8,5% se considerado o fechamento de terça-feira (25).

O Goldman Sachs também avalia de perto a desaceleração na receita e nos lucros da Weg, conforme relatório. Para a equipe do banco, esses dados podem indicar que a empresa retornará em breve aos níveis de crescimento vistos antes da pandemia.

No longo prazo, os analistas seguem positivos com a Weg, destacando que ainda se trata de um bom ativo, com tendências de crescimento acima do Produto Interno Bruto (PIB) e histórico sólido.

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Sem desespero

Para a XP, não há sinal de desespero por aqui. A equipe da casa destaca que os resultados da Weg (WEGE3) seguem fortes, com uma rentabilidade melhor suportando também um resultado líquido acima do esperado.

Eles pontuam que a margem Ebitda de 21,9% no primeiro trimestre foi apoiada por uma melhor acomodação de custos e melhor mix de produtos. As perspectivas de boa demanda em boa parte dos mercados também agradou os analistas da XP, que não se preocupam tanto com a receita mais fraca e atribuem isso ao câmbio.

O analista Fernando Ferrer, da Empiricus Research, também destacou que a Weg trouxe mais um trimestre de crescimento, impulsionada pelo bom resultado das operações no mercado externo (+20%), enquanto o crescimento veio mais moderado no mercado interno (5%).

"A capacidade da companhia de atuar globalmente em diferentes setores e capturar diversas oportunidades de negócio torna o negócio resiliente e com robustas avenidas de crescimento", escreve o analista.

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Atualmente, a recomendação da Empiricus Research para WEGE3 é de compra.

A reação das ações da Weg (WEGE3)

No pregão desta quarta-feira (26), WEGE3 reage de maneira tímida. Por volta das 13h51, o papel caía 0,74%, cotado a R$ 40,51.

De acordo com dados compilados pela plataforma TradeMap, das 11 recomendações para o ativo, oito são de compra e três são de manutenção.

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