A temporada de balanços das empresas brasileiras está em um de seus dias mais movimentados, com dezenas de empresas divulgando os resultados do segundo trimestre nesta quinta-feira (03). Mas a maioria dos olhos do mercado está voltada para apenas um nome: a Petrobras (PETR4).
A petroleira lucrou US$ 28,7 bilhões entre abril e junho deste ano, queda de 47% ante o mesmo período de 2022. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, o resultado representou recuo de 24,6%.
O lucro líquido recorrente, por sua vez, foi de R$ 28,7 bilhões no período, uma baixa de 35,9% em base anual e queda de 24,3% em termos trimestrais.
Já o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado encolheu 42,3% na base anual, para US$ 56,7 bilhões. Em base trimestral, o Ebitda ajustado da Petrobras caiu 21,8%.
A receita, por sua vez, somou R$ 113,8 bilhões no período, resultado 33,4% menor do que o obtido em igual intervalo do ano anterior. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, o resultado representou queda de 18,1%.
O resultado reflete, principalmente, a queda do preço do petróleo no período, que recuou de US$ 113,78 por barril no segundo trimestre de 2022, para US$ 78,39 por barril no segundo trimestre deste ano.
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Petrobras (PETR4) alterou política de dividendos
Vale destacar que esse é o primeiro balanço da Petrobras divulgado após a alteração na política de dividendos, que baixou os proventos de 60% para 45% de seu fluxo de caixa livre.
O fluxo de caixa livre é a diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos, que foram ajustados para considerar, além das aquisições de imobilizados e intangíveis, também as aquisições de participações societárias, segundo a própria Petrobras.
O indicador chegou a R$ 33,3 bilhões no trimestre, uma redução de 47,4% ante o período de abril a junho do ano passado. Na comparação trimestral, a queda foi de 19%.
Ainda de acordo com a estatal, o aprimoramento da política de distribuição de dividendos se tornou importante em razão da revisão dos elementos fundamentais para o plano estratégico 2024-2028, bem como da aprovação do direcionador de investimento de baixo carbono entre 6% e 15% do capex total para os cinco primeiros anos deste plano.
Segundo a Petrobras, a mudança nas regras também "mantém seu objetivo de promover a previsibilidade do fluxo de pagamentos de proventos aos acionistas, ao mesmo tempo em que garante a perenidade e a sustentabilidade financeira de curto, médio e longo prazos".