Já faz quase três meses desde que a Copel (CPLE6) realizou a oferta de ações (follow-on) que marcou a privatização e a saída do governo paranaense do controle da elétrica — e as mudanças na companhia já estão a todo o vapor, segundo o CEO Daniel Slaviero.
No Copel Day, o segundo encontro com investidores desde o follow-on, o executivo afirmou que a migração para o Novo Mercado da B3, o nível mais alto de governança corporativa da bolsa de valores brasileira, é um dos principais objetivos da empresa.
“Quero reafirmar o nosso compromisso e a intenção da Copel de ir ao Novo Mercado”, disse Slaviero, durante evento.
“Temos conversado com os principais acionistas para construir esta oportunidade, mas não temos dúvida que estar no mais alto nível de governança da B3 e ter uma única classe de ações será muito benéfico para a companhia.”
Na visão do executivo, a eficiência operacional, fiscal e societária — que incluem a entrada no Novo Mercado — são alguns dos pilares da estratégia de geração de valor da Copel.
Vale lembrar que o objetivo do Novo Mercado é aumentar o padrão de governança corporativa das companhias com ações listadas na B3 e reduzir as diferenças entre controladores e acionistas minoritários das empresas.
O segmento requer uma série de regras para as companhias, como a exigência de que o capital das empresas seja formado apenas por ações ordinárias (ON), que dão direito a voto nas assembleias.
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A Copel (CPLE6) e a migração para o Novo Mercado
Vale lembrar que, quando a privatização estava chegando ao fim, o BNDES gerou ruídos no processo de venda da Copel (CPLE6) em relação a questões de governança corporativa.
Uma das exigências do banco público, acionista minoritário da elétrica, para a realização do follow-on foi a retirada da migração da companhia para o Novo Mercado da pauta da privatização.
Em meados de outubro, o diretor de relações com investidores da Copel, Luiz Henrique De Mello, destacou um dos obstáculos para a transformação da governança.
Sem citar o nome da Eletrobras, o executivo mencionou o caso da ex-estatal federal e a discussão no Supremo Tribunal Federal (STF) em torno do direito de voto da União. Isso porque o governo questiona a decisão da companhia de limitar o poder de voto dos acionistas a 10% do capital.
“Existe uma discussão que envolve uma outra companhia do setor que também fez o processo de transformação em corporação pouco antes de nós, e a gente acredita que, a depender de como se desenrolar essa discussão que está hoje no STF, ela permita que a gente avance para o Novo Mercado", comentou Mello, em evento.