Dois ministros de Lula agora têm novo emprego. Não, eles não deixaram os cargos no governo, mas vão acumular novas funções. Anielle Franco e Carlos Lupi agora fazem parte do conselho de administração da metalúrgica Tupy (TUPY3).
Os dois lideram as pastas da Igualdade Racial e Previdência Social, respectivamente, e irão substituir Carla Gaspar Primavera e Fabio Rego Ribeiro, que renunciaram aos cargos no conselho. A Tupy anunciou as mudanças por meio de fato relevante na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A indicação foi feita por meio da BNDES Participações S.A, a BNDESPAR, que detém 28,1% das ações da empresa. Além disso, uma outra parcela de 24,8% dos papéis da empresa também estão ligados ao governo por meio da Previ, caixa de previdência dos funcionários do Banco do Brasil.
Outro acionista relevante, com 10% do capital, é a gestora Trígono, especializada em small caps, as empresas de menor porte listadas na B3. A Tupy é avaliada em pouco menos de R$ 4 bilhões na bolsa.
Em 2021, os salários anuais dos membros do conselho da Tupy chegaram a R$ 1 milhão, mas os valores a serem recebidos por Franco e Lupi não foram divulgados. Anielle não tem experiência no setor. Três conselheiros da Tupy se abstiveram na votação para a aprovação dos nomes dos ministros.
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Quem é Anielle Franco?
Irmã da vereadora Marielle Franco, morta em 2018, Anielle é jornalista formada pela Universidade Central da Carolina do Norte e bacharel em inglês pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Ela também possui um doutorado em linguística aplicada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Ela é reconhecida por sua atuação como ativista de questões de raça e gênero no Brasil e os desdobramentos desses termos na violência política do país. Ela também é fundadora do Instituto Marielle Franco, que desenvolve projetos com meninas e mulheres negras periféricas. Anielle Franco foi indicada como ministra da Igualdade Racial em janeiro deste ano.
E Carlos Lupi?
Atualmente à frente do Ministério da Previdência Social, Carlos Lupi já comandou a pasta do Trabalho e Emprego durante o governo Dilma. Ele deixou o cargo após a Comissão de Ética Pública da Presidência da República recomendar sua saída depois de um envolvimento em um esquema de desvio de dinheiro por meio de contratos com ONGs.
Formado em administração, ele se elegeu deputado em 1990 e ocupou o cargo de Secretário Municipal de Transporte do Rio de Janeiro. É membro do conselho fiscal do Sesc e já foi membro do conselho de administração do BNDES.