Os fundos de investimentos brasileiros encerraram o primeiro trimestre de 2023 com resgates líquidos de R$ 82,1 bilhões, segundo informações da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
O número traz um marco relevante — é a primeira vez em cinco anos em que os veículos fecham esse período do ano com mais resgates do que aportes.
Apesar disso, o setor de fundos cresceu e atingiu um patrimônio líquido de R$ 7,5 trilhões, com um total de 35,4 milhões de contas e 928 gestoras atuando no país.
O vice-presidente da Anbima, Pedro Rudge, atribui os resultados ao cenário macroeconômico, com destaque para a inflação. Como resultado, os juros também dispararam e causaram uma fuga de recursos da renda variável para o mercado de renda fixa, algo que pesou para a indústria de fundos.
O levantamento da Anbima mostra, inclusive, que houve um crescimento de quase 70%, ou R$ 300 bilhões, no volume investido em títulos de renda fixa isentos de imposto de renda.
Também pesaram as incertezas sobre um horizonte de queda para a taxa de juros e o clima ruim visto no mercado de crédito privado após o escândalo da Americanas.