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PIB volta a ‘enganar’ analistas e supera expectativas; saiba quem jogou bem e as decepções da economia no 3T23

Cabine VAR gráficos e pib

Montagem com cabine do VAR

O PIB do Brasil no terceiro trimestre de 2023 é uma espécie de empate com sabor de vitória.

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Talvez pareça exagero. Isso porque a economia brasileira cresceu apenas 0,1% na comparação com o segundo trimestre e desacelerou de +3,5% para +2,0% na comparação anual.

Para quem não acompanha futebol, o empate com sabor de vitória é aquele no qual um time encontra-se na iminência de uma inevitável derrota, mas reage e busca um resultado melhor que o esperado.

Na mediana, os economistas de mercado esperavam queda de 0,2% do PIB na comparação trimestral e desaceleração a +1,8% frente ao terceiro trimestre de 2022.

Se Djavan fosse uma fonte apta a comentar economia, poderia afirmar que os mais otimistas queriam 0 a 0, mas o PIB ficou no 1 a 1.

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Os economistas erraram de novo?

Os erros nas projeções do PIB brasileiro têm saltado aos olhos nos últimos anos.

Desde o rescaldo da pandemia, o resultado efetivo da economia nacional tem “enganado” o mercado e ficado consideravelmente acima das estimativas dos economistas.

Em comparação com os últimos trimestres, eles até que erraram por pouco agora.

Se a expectativa de retração trimestral tivesse se confirmado, por exemplo, seria o primeiro resultado negativo desde o segundo trimestre de 2021.

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Mais uma vez, entretanto, o desempenho da economia brasileira foi subestimado de antemão.

Na ponta do lápis, a economia brasileira gerou R$ 2,74 trilhões no terceiro trimestre, de R$ 2,65 trilhões no segundo, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

As ‘surpresas’ do PIB brasileiro no 3T23

É importante ressaltar que não estamos diante de nenhuma espécie de PIB chinês ou de “espetáculo do crescimento” de tempos passados.

Lucas Farina, analista da Genial Investimentos, chama a atenção para a queda nas taxas de investimento (-2,5% no trimestre e -6,4% na comparação anual). “Isso impõe um desafio para 2024”, afirma ele.

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Além disso, a desaceleração econômica é evidente.

“O panorama geral é que o forte crescimento observado no primeiro semestre do ano chegou ao fim”, avalia William Jackson, economista-chefe de mercados emergentes da Capital Economics.

Ainda assim, a alta do PIB trouxe surpresas tanto na ótica da oferta quanto na da demanda.

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Do lado da produção, os setores de indústria e serviços surpreenderam com crescimento de 0,6% cada.

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E, mesmo com uma queda de 3,3% na comparação trimestral, o agronegócio retraiu-se menos do que se esperava.

O banco BTG Pactual, por exemplo, previa uma queda de 6,1% no PIB do agro. No frigir dos ovos, o resultado medido pelo IBGE levou a uma robusta alta de 8,8% no resultado do setor na comparação com o terceiro trimestre de 2022.

Já no lado da demanda, o destaque ficou por conta da expansão do consumo das famílias (+1,1% na base trimestral e +3,3% na comparação anual).

Na avaliação do economista André Perfeito, isso tem tudo a ver com o crescimento da massa salarial observado na PNAD contínua.

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IBGE revisa PIB de trimestres anteriores

Além do resultado melhor que o esperado, o IBGE revisou para cima os resultados do PIB de trimestres anteriores — para cima.

A alta do PIB acumulado de 2022 passou de +2,9% para +3,0%.

Já em relação ao primeiro semestre de 2023, o PIB de janeiro a março passou de +4,0% para +4,2% e o de abril a junho foi de +3,4% para +3,5%.

Em relação ao PIB acumulado de 2023, o IBGE informou que a economia brasileira cresceu 3,2% de janeiro a setembro na comparação com o mesmo período do ano anterior.

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Já no acumulado em quatro trimestres, a alta é de 3,1%.

O fato é que os economistas de mercado já começaram a revisar — de novo e para cima — as projeções para o resultado final da economia brasileira em 2023.

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