O cabo de guerra entre Arábia Saudita e Rússia sobre qual seria a melhor estratégia para controlar a oferta de petróleo - e, portanto, os preços - provocou queda acentuada da commodity nesta terça-feira (30).
Os preços de referência dos principais tipos de petróleo, o Brent, negociado em Londres, e o WTI, negociado em Nova York, recuaram mais de 4% cada. O Brent encerrou o dia cotado a US$ 73,71, enquanto o WTI ficou em US$ 69,69.
Comentários de representantes russos, inclusive do vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, indicaram que o país não pretende reduzir sua produção.
Esse posicionamento colide com a postura da Arábia Saudita, que, na semana passada, recomendou cuidado a quem estiver apostando numa queda dos preços da commodity. O recado foi interpretado como um sinal de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) pode cortar a produção, reduzindo a oferta e impulsionando os preços.
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A Opep+, grupo formado pelos membros da Opep e por países produtores de petróleo que não fazem parte do cartel, incluindo Rússia, México e Cazaquistão, se reúne no dia 4 de junho para decidir a política de produção.
Em abril, o grupo concordou em reduzir a produção em 3,66 milhões de barris por dia após vários países defenderem cortes unilaterais. O anúncio, na época, fez o preço subir cerca de 9 dólares nos dias que se seguiram, mas logo devolveram os ganhos.
Teto da dívida americana também pesou
Além do imbróglio envolvendo a Rússia e a Arábia Saudita, o preço do petróleo também reagiu às preocupações com o teto da dívida dos Estados Unidos, o principal consumidor da commodity no mundo.
O presidente americano, Joe Biden, e o presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Kevin McCarthy, costuraram um acordo no fim de semana para resolver o problema da dívida.
Mas o texto ainda precisa ser aprovado pelo Congresso e alguns opositores prometeram dificultar a sua tramitação. Pelo menos 20 membros da ala mais conservadora do partido Republicano acusam McCarthy de ter se rendido à Casa Branca em troca de alterações mínimas no texto.
O prazo para o texto passar na Câmara, de maioria republicana, e no Senado, de maioria democrata, vence no dia 5 de junho.
Com informações da Reuters e da CNBC.