Uma onda de calor atravessou o Brasil entre o fim do inverno e o início da primavera. Do litoral ao Brasil profundo, as temperaturas subiram e passaram dos 30ºC na maioria das capitais. Em São Paulo, os termômetros passaram dos 35ºC.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o tempo quente terá efeito no consumo de energia elétrica no país.
A expectativa é de um crescimento de 5,8% em comparação com o mesmo período do ano passado.
A região que deve registrar aumento mais expressivo de uso de eletricidade para combater o calor é a Norte, com 10,6%, seguida por Sudeste e Centro-Oeste, com aumento de 6,1% cada. O Nordeste vem em seguida, com 4,2%.
Além disso, as mudanças climáticas fazem com que a região Sul viva uma história à parte. Ela vem enfrentando fortes tempestades.
No último domingo (24), uma chuva de granizo atingiu a região. No mês de setembro, enchentes no Rio Grande do Sul causaram 49 mortes, segundo a Defesa Civil.
Por conta dos temporais das últimas semanas, as projeções de consumo de energia aumentam em apenas 3,8%.
“A previsão de crescimento da carga para setembro é a maior dos últimos meses, reflexo do calor mais intenso e também de uma economia mais aquecida”, afirma Luiz Carlos Ciocchi, diretor-geral da ONS.
O comunicado da agência ainda indica que a Energia Armazenada (EAR) deve continuar acima de 70% no Sul (85,2%), Norte (73,7%) e Sudeste/Centro-Oeste (72,6%). O Nordeste é a única região em que o índice promete não alcançar o patamar, com 67,2%.
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Mas que calor é esse?!
No último domingo (24), a cidade de São Paulo registrou novo recorde de temperatura máxima para o mês de setembro desde 1943. Os termômetros marcaram 36,5ºC às 15h, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Já no Rio de Janeiro os medidores marcaram 40,9ºC. Mas o que surpreendeu foi a sensação térmica, que passou de 46ºC. O Inmet estabeleceu alerta vermelho para calor extremo até terça-feira (26).
A onda de temperaturas altas é causada por um combo que promete causar muito suor: o El Niño - que, vale dizer, ainda não chegou no seu auge -, mudanças climáticas e anomalias de calor no Atlântico Sul.
A combinação resulta no domo quente, uma espécie de bolha que bloqueia a chegada de frentes frias. O fenômeno já atingiu o hemisfério Norte, fazendo com que países da Europa enfrentassem um calor extremo. Agora, ao que parece, é a nossa vez.
*Com informações do Estadão Conteúdo e O Globo.