Os dirigentes do Fed, o banco central norte-americano, pegaram gosto pelo samba de breque. Pelo menos no que se refere à política monetária dos Estados Unidos.
Eles primeiro interromperam a alta dos juros em junho, mas voltaram a elevá-los em agosto.
Agora em setembro, o Fomc, como é chamado o comitê de política monetária do Fed, interrompeu mais uma vez a alta dos juros.
O comitê anunciou na tarde desta quarta-feira (20) a manutenção das taxas de juros de referência na faixa entre 5,25% e 5,50%.
O Fed também manteve a taxa de juros sobre saldo de reserva em 5,4%. A taxa de desconto também permaneceu inalterada, esta em 5,5%.
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Fed sinaliza mais uma alta de juros em 2023
O Fed recusou-se a elevar ainda mais os juros neste momento, mas voltou a sinalizar que eles permanecerão altos por mais tempo.
A taxa básica de juros nos EUA encontra-se atualmente no maior nível desde 2001. Mas pode ir além.
Doze dirigentes do Fed sinalizaram no gráfico de pontos que acompanha o comunicado que a taxa de referência deve encerrar 2023 entre 5,50% e 5,75%. Ou seja, 25 pontos-base acima do nível atual.
O mesmo gráfico sugere que eles projetam agora apenas dois cortes de juros em 2024 — e não mais quatro, como no documento anterior.
Juros altos por mais tempo
O breque do Fed ocorre em um momento no qual os participantes do mercado ainda digerem as sinalizações de juros elevados por mais tempo nos EUA e em outras economias desenvolvidas.
As bolsas de Nova York passaram a apresentar alguma volatilidade depois do anúncio do Fed.
Por aqui, o Ibovespa continua em alta de mais de 1% e o dólar opera em leve queda, na faixa de R$ 4,86.
Antes da reunião, a dúvida era se o ciclo de aperto monetário do Fed já teria chegado ao fim.
Resta saber se uma próxima alta ocorrerá na próxima decisão do Fomc, prevista para 1º de novembro, ou na reunião de dezembro.
As atenções voltam-se agora para a entrevista coletiva com o presidente do Fed, Jerome Powell, com início previsto para as 15h30.