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Crédito mais barato: Campos Neto explica a queda do custo dos empréstimos e fala se a taxa de juros vai baixar

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central; o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne a cada 45 dias para definir a taxa básica de juros da economia, a Selic

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira (12) que o custo de crédito tem caído, porque não está associado à taxa básica — a Selic —, mas sim ao comportamento dos juros futuros de longo prazo. 

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"É essa taxa de juros longa cair é que abre espaço para a Selic cair. Porque se a Selic cai com a taxa de juros longa acima, demonstra uma falta de credibilidade na política monetária e a taxa de juros longa sobe mais ainda", afirmou, em evento promovido pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV).

Aos empresários, Campos Neto disse que os dados do BC apontam que o prazo médio da dívida do varejo é de 3,1 anos. Segundo ele, a taxa de juros nesse intervalo caiu de 13,5% para 10,5% no último mês e meio.

"Eu torço todo dia para cair os juros. Qualquer banqueiro central quer viver com os juros mais baixos possíveis com inflação estável. Essa queda de juros futuros, de quase 3%, já começa a aparecer no custo de crédito de rolagem. Se a Selic cai sem credibilidade, não vai diminuir o custo de rolagem de vocês (varejo), vai aumentar, e a gente viu isso na nossa história recente", argumentou. 

"Se o juro é ruim para o varejo, a inflação é muito pior", acrescentou. 

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O corte dos juros vem aí?

Campos Neto também voltou a sinalizar que as revisões para baixo nas projeções longas de inflação abrem espaço para o BC começar a cortar a taxa Selic, hoje em 13,75% ao ano, mas reforçou que o Copom não tomará decisões artificialmente. 

"Temos que manter a inflação sob controle. O trabalho está sendo feito e entendemos que está no caminho certo. Há um cenário bom, com crescimento sendo revisado para cima e inflação sendo revisada para baixo. Isso abre espaço. Estamos perto da reunião do Copom, eu sou um voto de nove, e não posso adiantar nada do que pode ser feito", afirmou.

Ele repetiu que o custo de não combater inflação é muito elevado, e voltou argumentar que a Selic — apesar de "super alta" — é hoje menor que a média histórica na comparação com outros países. 

As declarações acontecem em meio às constantes críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de membros do governo petista sobre o atual patamar dos juros no Brasil. 

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"Entendendo a insatisfação com os juros, mas é preciso ter paciência. Entendo que as empresas estão sentindo muito, algumas mais que outras, e vamos fazer uma força para atingirmos um ambiente de estabilidade para todos o mais rápido possível, mas fazer de forma artificial não alcançará o resultado esperado", enfatizou.

Ele reforçou que a tarefa do BC é fazer inflação convergir para a meta.

 "Tentamos fazer o processo o antes e mais rápido para ter o mínimo de dor possível", repetiu. "Lembrando é uma decisão de colegiado no Copom, que o debate é amplo e técnico", acrescentou.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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