Dois dias após a XP comunicar o fim da Xtage, sua plataforma de criptomoedas, o PicPay tornou-se a segunda instituição financeira a suspender as negociações de moedas digitais. A empresa anunciou ontem (20) que irá "pausar" a operação de bitcoin (BTC) e outros ativos esse mercado.
Segundo a nota oficial, a interrupção ocorre por causa da "indefinição regulatória do setor". Vale destacar que, assim como os demais ativos de risco, o bitcoin e outras criptomoedas sofrem com o cenário de juros altos, especialmente nos EUA, e incertezas ligadas às guerras na Ucrânia e em Israel.
O PicPay destacou que a suspensão não impacta sua participação nos testes para o desenvolvimento do Drex, o Real Digital.
“Nada muda em relação à nossa crença na tecnologia como infraestrutura, e continuamos disponíveis para atuar, junto ao Banco Central, para impulsionar e popularizar esse mercado no Brasil”, afirmou, em nota, Anderson Chamon, vice-presidente de Produtos e Tech.
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PicPay quer mais regulação antes voltar a operar com criptomoedas
Ainda de acordo com Chamon, a companhia testou operações no mercado cripto sob a regulação atual, mas decidiu por retomar a atuação “quando houver mais clareza sobre o tema”.
Vale destacar que o lançou sua plataforma em agosto do ano passado e chegou a comemorar a marca de um milhão de usuários em fevereiro de 2023.
Daniel Mandil, executivo responsável pela operação, reforça que se trata de uma pausa estratégica: “Apesar dos avanços regulatórios recentes, a definição do arcabouço legal até o momento está em aberto. Observamos que uma incerteza similar também acontece em outros países, que ainda buscam modelos definitivos."
Segundo Mandil, o PicPay agora deve focar em ampliar o portfólio de produtos e serviços que facilitem a vida financeira dos usuários. “Criptomoedas em geral representam um percentual pequeno da carteira de cada investidor, então há um mundo que podemos explorar com outras aplicações que complementem a experiência do app e aumentem o valor para o cliente”, argumenta o executivo.
Tem bitcoin e outras criptomoedas na sua conta do PicPay? Veja o que fazer
Além da imprensa, a comunicação aos usuários também foi feita na sexta-feira e, segundo a empresa, contém "todos os detalhes sobre os próximos passos".
A compra de bitcoin e outros tokens pelo app já está indisponível desde ontem. Para os usuários que já detinham saldo em criptomoedas, porém, há duas opções:
- Liquidar os tokens, sem taxas, até o dia 11 de dezembro;
- Fazer a portabilidade para o Foxbit, corretora especializada em criptoativos.
Quem optar pela portabilidade deve manifestar o interesse na área de cripto do aplicativo do PicPay. A opção estará disponível a partir de 30 de outubro.