O mercado de criptomoedas amanheceu melhor do que na última segunda-feira (11), quando a FTX anunciou que recebeu aval para a venda de seus ativos. Hoje (12), o fundador da rede Tron, Justin Sun, publicou no X, antigo Twitter, que irá comprar parte dos tokens da falida corretora (exchange).
“Pensando fazer uma oferta nos tokens e ativos da FTX para reduzir o impacto da venda na comunidade cripto. Vamos nos unir para fortalecer nosso ecossistema de cripto!”, disse ele.
Sun não deu maiores detalhes sobre qual o tamanho da parcela do montante de aproximadamente US$ 3,4 bilhões em criptomoedas da FTX que ele irá adquirir, nem se usará tokens TRX, da blockchain Tron, para fazer a compra.
Para Orlando Telles, fundador da Orlando Crypto e sócio fundador da Mercurius Crypto, o movimento de ontem foi causado principalmente pelo medo e incerteza do mercado. Isso porque o tribunal de falências que cuida do caso estipula um teto para a venda de ativos de empresas em reestruturação — justamente para evitar impactos nos mercados.
“É importante compreender que esses ativos não serão vendidos de uma vez no mercado assim como não serão vendidos nesta semana”, afirma ele.
Seja como for, os investidores reagiram positivamente à notícia. As dez maiores criptomoedas do mundo hoje amanheceram em alta e o bitcoin evitou um padrão gráfico chamado “cruz da morte”.
Veja o desempenho das dez maiores criptomoedas do mundo hoje:
# | Name | Price | 24h % | 7d % | YTD % |
1 | Bitcoin (BTC) | US$ 26.129,83 | 3,95% | 1,30% | 57,65% |
2 | Ethereum (ETH) | US$ 1.600,84 | 2,55% | -2,45% | 33,71% |
3 | Tether USDt (USDT) | US$ 0,9999 | 0,02% | 0,04% | 0,02% |
4 | BNB (BNB) | US$ 212,14 | 2,99% | -1,61% | -13,13% |
5 | USD Coin (USDC) | US$ 1,00 | 0,00% | 0,00% | 0,03% |
6 | XRP (XRP) | US$ 0,4807 | 1,91% | -4,68% | 41,56% |
7 | Cardano (ADA) | US$ 0,2489 | 2,60% | -3,57% | 0,34% |
8 | Dogecoin (DOGE) | US$ 0,06149 | 2,25% | -4,08% | 12,30% |
9 | Solana (SOL) | US$ 17,99 | 1,41% | -11,44% | 82,36% |
10 | TRON (TRX) | US$ 0,0811 | 4,94% | 4,58% | 45,12% |
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Bitcoin, criptomoedas e a “Cruz da Morte”
Os analistas gráficos do mercado voltaram a se deparar com um padrão que assusta os investidores.
A chamada “Cruz da Morte” (Death Cross, em inglês) é uma linha teórica imaginária traçada no gráfico de preços do bitcoin para se tentar determinar os próximos movimentos da criptomoeda.
Funciona assim: é traçada uma linha com a média de preço dos últimos 200 dias e outra linha com a média de preço dos últimos 50 dias. Quando a linha dos 50 cai abaixo da dos 200, a figura gráfica é chamada de “Cruz da Morte”. Especialistas afirmam que esse é um ponto que costuma indicar a queda mais abrupta da moeda.
Após as sucessivas quedas, o bitcoin chegou a quase formar esse padrão — na prática, as linhas se tocaram, mas não se cruzaram.
A alta do dia livrou os investidores de terem de lidar com a Cruz da Morte. Entretanto, o atual patamar de preços ainda é muito baixo e o padrão pode voltar a se repetir caso o bitcoin regresse a patamares de preço menores.
Histórico nada bom
Apesar da análise gráfica não necessariamente representar uma previsão de preços, outras vezes que a Cruz da Morte apareceu, o mercado foi bastante abalado.
Em junho de 2021, o BTC voltou a fazer esse mesmo padrão. Antes dele, a última Cruz da Morte havia ocorrido em março de 2020 — depois que o bitcoin caiu quase 60% em um período de seis dias.
Outras vezes em que a Cruz da Morte apareceu foi em dezembro de 2019 e, três meses depois, a moeda despencou 70%, atingindo os US$ 20 mil. Em 2013, a primeira queda que ocasionou essa situação foi de 73% e, depois, foi sucedida por uma redução de mais 71%.