Dois de janeiro de 2023: estamos num dia útil e, em tese, tudo funciona normalmente. Mas a teoria é bem diferente da prática, e muita gente ainda está de férias ou em clima de festa.
Depois de um fim de semana cheio de comemorações, uma certa ressaca tomou conta do brasileiro nesta segunda — e uma dor de cabeça particularmente aguda foi sentida nos mercados financeiros.
O primeiro pregão do terceiro governo Lula ficará marcado como um dia de perdas firmes na bolsa. Passados os fogos do réveillon e a festa popular em Brasília, a semana começou agitada para os investidores — o recesso prolongado vai ficar para o próximo ano.
Isso porque, já no primeiro dia do governo Lula, houve uma série de sinalizações importantes nos fronts político e econômico: ainda durante a cerimônia de posse, o novo-velho-presidente voltou a dar declarações contrárias ao teto de gastos.
E, via Medida Provisória, Lula prorrogou a desoneração dos combustíveis: impostos federais sobre a gasolina e o etanol continuarão zerados por 60 dias e, para o diesel, por um ano.
A decisão freia o aumento imediato nas bombas, mas pode pressionar a dinâmica inflacionária num horizonte mais longo — é como se o inevitável estivesse sendo empurrado para frente.
Mais importante que isso: a medida foi interpretada como um primeiro atrito entre Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que tinha se mostrado favorável ao fim da desoneração já em janeiro — e o ex-prefeito de São Paulo saiu derrotado.
Dito isso, é preciso fazer uma ressalva: os principais mercados globais tiraram o dia de folga. EUA, China e Reino Unido, entre outros, prorrogaram o descanso e ficaram fechados hoje — o que reduziu a liquidez por aqui e deu protagonismo à visão mais cautelosa dos investidores locais.
Nesse cenário, o Ibovespa terminou a sessão desta segunda em queda de 3,06%, aos 106.376 pontos, pressionado pela baixa de mais de 6% nas ações da Petrobras (PETR4). No câmbio, o dólar à vista fechou o dia em alta de 1,51%, a R$ 5,3597.
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