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O que Charlie Munger pode nos ensinar sobre o próximo bull market

Charlie Munger, vice-presidente da Berkshire Hathaway e braço direito de Warren Buffett

Charlie Munger, vice-presidente da Berkshire Hathaway e braço direito de Warren Buffett.

Nesta semana, o mundo dos investimentos ficou mais triste. Perdemos Charlie Munger, um dos maiores investidores de todos os tempos e, mais do que isso, uma grande pessoa.

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Em seus quase 100 anos de vida – ele iria completar um século no dia 1º de janeiro – o escudeiro de Warren Buffett nos ensinou muita coisa, e seria impossível tentar colocar tudo aqui.

Mas os ensinamentos mais importantes dele para mim são sobre a inveja. Mais especificamente, duas citações memoráveis sobre sobre o assunto:

"A inveja é um pecado extremamente estúpido, porque é o único dos sete pecados capitais dos quais você não tem nenhuma diversão."

"Aqui vai uma verdade que provavelmente o seu assessor de investimentos discordará: se você está ficando rico e um conhecido está ficando rico mais rápido que você, por exemplo, investindo em ativos arriscados, e daí?! Alguém sempre estará ficando mais rico mais rápido do que você. Isso não é uma tragédia."

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Por que isso é importante? No mundo dos investimentos, sempre estaremos rodeados de comparações, que por vezes podem escalar para a inveja ou a sensação que estamos sendo passados para trás.

"Tal fundo subiu X%, enquanto o outro valorizou Y% no período", "uma ação subiu 10% no período, enquanto aquela outra cresceu o dobro", "um determinado título de renda fixa ganhou Z% de valor no ano, enquanto o Tesouro Selic rendeu W%", e por aí vai…

Como investidores, sempre estaremos reféns dessas comparações, que na verdade podem se tornar perigosas e nos levar a conclusões equivocadas.

Não necessariamente o que subiu mais é melhor, porque muitas vezes os riscos associados são omitidos nessas comparações.

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Um exemplo simples e fácil de entender é a escolha entre o Tesouro Selic ou uma debênture de uma empresa que não está muito bem das pernas.

Entre um retorno de 12% sem risco no Tesouro Selic e 12,5% na tal debênture, você não deveria ter dúvidas de que é melhor investir no primeiro, ainda que o retorno do segundo pareça maior.

Munger e a volta das comparações

Eu trouxe esse assunto à tona não apenas para lembrar desse ensinamento de Munger, mas porque se o ciclo de corte de juros no Brasil realmente começar a acelerar e as taxas pararem de subir nos Estados Unidos, há grandes chances de estarmos caminhando para um período favorável para a renda variável.

E isso significa que, em breve, você começará a se deparar com aquele vizinho, ou aquele parente contador de vantagem, todos dizendo que estão ganhando rios de dinheiro com o mercado de ações.

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Em um cenário que o Ibovespa estiver subindo 50% em 12 meses, você começará a ficar desconfortável em ver sua carteira rendendo "apenas" 40%, especialmente se a rodinha de amigos e amigas estiver com retornos melhores do que os seus.

Mas será que isso é realmente um problema? Poxa, se mesmo investindo em empresas boas e com parte do seu portfólio seguro em renda fixa você está vendo o patrimônio crescer 40%, por que sofrer com o ganho de 50% dos outros?

Você não sabe onde eles estão se metendo, quais riscos estão assumindo e, mais importante, quanto eles estão arriscando do patrimônio se o mercado virar de uma hora para outra.

Não sei você, mas entre uma viagem tranquila de duas horas e outra que dura a metade do tempo, mas com sérios riscos de um acidente grave, eu escolho a primeira, muito obrigado!

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"Agressivar" é diferente de fazer loucura

Não precisa ser como Munger para saber que, dependendo da melhora do ambiente, pode ser necessário fazer algumas alterações na carteira.

Reduzir um pouco a posição em renda fixa, alocar um pouco mais em ações de empresas cíclicas, que se beneficiam mais da queda de juros e aumento do PIB, são alterações que ajudam a aproveitar a melhora do mercado. Mas isso não significa entrar em qualquer bolha que você encontrar por aí.

Mas não se preocupe, quando elas começarem a aparecer, eu voltarei para alertar você.

Até lá, ainda dá para aproveitar bastante a valorização das ações brasileiras, que seguem descontadas e com muito potencial caso realmente estivermos diante de um período de juros mais baixos.

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Outra classe de ativos que deve se beneficiar dessa queda de juros são os Fundos Imobiliários (FIIs), cujos rendimentos começam a ficar mais atrativos à medida que a Selic diminui, o que também deve começar a gerar maior procura por essa classe de ativos.

Aliás, preparamos um relatório gratuito para você acessar os melhores FIIs para gerar renda com imóveis em 2024. Se quiser conferir a lista, deixo aqui o convite.

Um grande abraço e até a próxima semana!

Ruy

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