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Sem solução para disputa judicial com o Banco do Brasil (BBAS3), fundo imobiliário confirma mais um mês de queda brusca nos dividendos

Fachada do Banco do Brasil

Sede do Banco do Brasil

Mais um mês se passou sem que o impasse judicial entre o Banco do Brasil (BBAS3) e o fundo imobiliário BB Progressivo (BBFI11) chegasse ao fim. Com isso, o FII — que trava uma batalha judicial com o banco, que é seu único locatário — confirmou que seus dividendos serão mais uma vez prejudicados.

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Em comunicado enviado ao mercado na última quinta-feira (31), o BTG Pactual, administrador do BBFI11, afirmou não ter recebido o pagamento do aluguel de agosto do imóvel CARJ, um centro administrativo no Rio de Janeiro que está no portfólio do fundo e era ocupado pelo banco.

Em meio ao imbróglio, a distribuição de rendimentos relativa à competência do mês passado foi impactada negativamente em cerca de R$ 28,24 por cota. O FII pagará dividendos de R$ 7,425907769 por cota neste mês.

Vale destacar que o FII ajuizou um processo para receber os valores atrasados que, segundo o último relatório gerencial, somavam pouco mais de R$ 15 milhões, nos cálculos da administração.

Uma decisão judicial proferida no início de julho determinou a citação na ação de execução e solicitou que o BB pagasse os aluguéis devidos ao BBFI11. Mas a determinação não foi seguida pelo banco.

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É importante relembrar que a inadimplência começou justamente após o Banco do Brasil dar um "ultimato" ao BBFI11, com quem discute judicialmente há três anos a renovação do aluguel.

A instituição financeira decidiu em março que não iria mais esperar o fim da tramitação do processo e desocupou 100% do ativo.

De acordo com o BBFI11, a saída do banco representa um impacto de 55% em suas receitas e derruba de 60,9% para 14% a taxa de ocupação do portfólio, composto por dois empreendimentos. Os dividendos também sofrem com o impasse, que reduz a distribuição em R$ 28,24 por cota.

Já o Banco do Brasil refutou, em nota enviada ao Seu Dinheiro, a informação de que exista inadimplência, "já que há um debate judicial em curso sobre o caso, inclusive com a realização da entrega das chaves em juízo.

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"Cabe destacar que a saída do CARJ se trata de decisão administrativa rotineira na gestão imobiliária, que buscou saídas amigáveis ao longo de todo o processo, mas que culminou na necessidade de entrega judicial do imóvel, sem qualquer inadimplência por parte do banco", diz o BB.

Procurado novamente para falar sobre a última determinação no âmbito da ação que discute a inadimplência, o banco afirmou que "não comenta decisão judicial para processos em andamento e se manifestará somente nos autos" do processo.

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Entenda o impasse entre o Banco do Brasil e o fundo imobiliário

O contrato original entre as partes, que envolve a locação de nove blocos do imóvel, foi firmado em 2015 e encerrou-se em outubro de 2020. Cinco meses antes do prazo final, o banco ajuizou uma ação com o objetivo de renovar o aluguel de apenas dois blocos do conjunto. Já o fundo defende a renovação nos termos originais.

O processo ainda tramita na Justiça, mas o BBFI11 já sofre os efeitos negativos em suas finanças desde 2021, quando o Banco do Brasil alegou que, em seu entendimento, o índice de reajuste daquele ano não seria devido e passou a pagar um valor menor que o previsto.

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O FII obteve um parecever favorável sobre o tema na Justiça e considera a instituição financeira inadimplente, cobrando o valor total devido. "A administradora [do fundo] informa que fará todos os esforços para fazer jus aos valores inadimplidos parcialmente pelo locatário desde 05/10/2021 no âmbito da ação renovatória", assegurou o BTG em comunicado.

Vale destacar que o outro imóvel que compõe o portfólio do BBFI1, um prédio em Brasília, também está parcialmente locado para o Banco do Brasil, com contrato válido até janeiro de 2025.

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