O telefone da Vivo (VIVT3) tocou novamente para o Itaú BBA. Os analistas do banco retomaram a cobertura das ações da Telefônica Brasil, dona da operadora, com recomendação outperform (equivalente a compra).
O preço-alvo de R$ 57 para a ação no fim de 2024 representa um potencial de valorização de 29,8%, de acordo com os analistas.
Em relatório, o Itaú BBA destaca tanto o forte desempenho operacional como o ritmo acelerado de crescimento do lucro líquido (aumento de 29% no primeiro semestre deste ano) da companhia.
Mas não é só. O banco também aponta um retorno ao acionista da Vivo com dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) de 5,9% no ano que vem.
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"Ela é a minha proteção"
A expectativa do Itaú BBA é que a Vivo se mantenha como boa pagadora de dividendos. Primeiro, pelo bom histórico: afinal, a companhia entregou um retorno médio de 7,2% aos acionistas desde 2019.
O fim do benefício fiscal do JCP com a proposta do governo representa um problema? Sim, mas os analistas lembram que a Vivo já procurou se antecipar ao aprovar uma redução de capital de R$ 5 bilhões.
Esse dinheiro deve ser devolvido aos acionistas em partes e representa um retorno de 6,7% no total, considerando as cotações atuais, ainda de acordo com os analistas.
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"Ela é a paz da minha guerra"
Na disputa das operadoras de telefonia, a Vivo segue na paz e na liderança, com uma participação de 39% no segundo trimestre deste ano. Trata-se de um crescimento de seis pontos percentuais de mercado em relação a 2019.
A empresa não deve ter muito trabalho para sustentar a posição. Pelas projeções do Itaú BBA, os investimentos da companhia devem se manter ao redor de R$ 9 bilhões nos próximos anos. Mas em relação às vendas, o percentual deve diminuir de 17,2% para 13,1% em 2027.
Por fim, as ações da Vivo ainda estão baratas e negociam hoje com desconto de 18% em relação à média dos últimos dez anos, na visão dos analistas.
"Fui atender e não era o meu amor"
Nesse cenário, o que pode dar errado para a Vivo? Para o Itaú BBA, existem quatro principais fatores de risco associados à companhia:
- Ventos contrários na economia, especificamente na forma de inflação persistente;
- Necessidade de investimento maior que o esperado, especialmente para a implementação de 5G e fibra;
- Potencial eliminação da dedutibilidade dos juros sobre capital próprio (JCP);
- Aumento da concorrência no mercado de telefonia fixa, que ficou mais acirrado nos últimos anos.