As ações do Bradesco (BBDC4) e do Santander Brasil (SANB11) chegaram a ocupar nesta quinta-feira um espaço que raramente frequentaram nos últimos meses: o de maiores altas do Ibovespa, o principal índice da B3.
Uma das razões para o relativo otimismo vem de um relatório do Itaú BBA. Os analistas do banco rival decidiram elevar a recomendação de ambas as ações, que estava em underperform (equivalente a venda). Ou seja, o pior momento para os dois bancos parece ter ficado para trás.
"O Bradesco e o Santander Brasil estão rastejando de um buraco profundo em direção à luz", escreveram os analistas, em relatório.
Ainda assim, o Itaú BBA não demonstra confiança suficiente para recomendar a compra dos papéis. Tanto Bradesco como Santander agora são market perform (neutro) para os analistas.
"Para uma exposição direta de qualidade a um melhor ciclo de inadimplência no varejo e dinâmica de lucros, o Nubank é nosso outperform (compra)", afirma o Itaú BBA.
Já entre os bancos tradicionais, a preferência dos analistas é por Banco do Brasil (BBAS3). Por razões óbvias não tem recomendação para as ações do próprio banco.
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Bradesco (BBDC4)
Alguns dos problemas que levaram as ações do Bradesco (BBDC4) a operar perto das mínimas históricas continuam, segundo o Itaú BBA.
Isso porque o segundo maior banco privado brasileiro provavelmente terá de trabalhar as safras de crédito ruim por mais tempo do que os concorrentes.
Desta forma, os resultados no terceiro trimestre que Bradesco divulga no próximo dia 9 de novembro ainda devem ser fracos, de acordo com os analistas.
A expectativa é de uma rentabilidade (ROE) de apenas 11%, bem abaixo dos 20% que o banco já chegou a alcançar.
Mas olhando para o ano que vem, os analistas enxergam sinais de melhora nos números, em particular no negócio de crédito ao varejo.
Santander (SANB11)
No caso do Santander, os analistas tinham as ações como underperform desde abril de 2022. Mas agora eles veem o banco um passo à frente do Bradesco no processo de se recuperar dos efeitos da alta da inadimplência nos resultados.
"À medida que avançamos o nosso horizonte de investimento até 2024, as perspectivas para os lucros começam a parecer melhores no crédito de varejo e corporativo", escreveu o Itaú BBA