A resseguradora IRB Re (IRBR3) parece finalmente se posicionar para sair do calvário.
A empresa reportou na noite de quinta-feira o terceiro trimestre seguido de lucro.
De certo modo, o resultado já era esperado.
Obrigado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) a divulgar demonstrações financeiras mensais, o IRB já havia reportado resultados positivos nos meses de julho e agosto.
Ao analisar esses resultados, o banco JP Morgan vinha antecipando um terceiro trimestre forte para a resseguradora.
Divulgados na noite desta quinta-feira (9), o resultado consolidado do terceiro trimestre confirmou a expectativa.
O IRB deixou para trás um prejuízo de R$ 298,7 milhões no terceiro trimestre de 2022 e registrou lucro líquido de R$ 47,7 milhões entre julho e setembro de 2023.
No acumulado de 2023, o lucro líquido do IRB atingiu R$ 76,4 milhões entre janeiro e setembro.
Prêmios e sinistros do IRB
O IRB emitiu R$ 1,967 bilhão em prêmios no terceiro trimestre. Trata-se de uma queda de 18,4% em relação ao mesmo período de 2022.
Já no acumulado de nove meses de 2023, o prêmio emitido caiu 18,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior, passando de R$ 6,1 bilhões para R$ 4,95 bilhões.
Ao mesmo tempo, o IRB saiu de um resultado de subscrição negativo em R$ 539,3 milhões no terceiro trimestre de 2022 para um saldo positivo de subscrição de R$ 10,8 milhões entre julho e setembro de 2023.
A empresa atribuiu a reversão a uma "estratégia de revisão de carteira, pulverização de riscos e concentração de negócios no Brasil e na América Latina".
Por sua vez, as despesas com sinistro ficaram em R$ 630,8 milhões entre julho e setembro deste ano. Esse número ficou mais de 50% abaixo do registrado no mesmo período de 2023.
Ao mesmo tempo, o índice de sinistralidade baixou de 116,8% no terceiro trimestre de 2022 para 74% um ano depois. Trata-se de uma queda de 42,8 pontos porcentuais.
No acumulado em nove meses, o índice ficou em 75,2%, contra 108,3% no mesmo recorte de 2022.
A ação do IRB negocia atualmente 96% abaixo de sua máxima histórica, no início de 2020, quando a gestora Squadra lançou luz para as graves inconsistências no balanço da resseguradora.