Foi necessária uma segunda convocação, mas os acionistas da Casas Bahia (BHIA3) enfim aprovaram um grupamento de ações que pode livrar a companhia de uma exclusão do Ibovespa — o principal índice acionário brasileiro.
O sinal verde veio em uma assembleia realizada nesta segunda-feira (27). De acordo com comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), foram 473,5 milhões de votos em favor do grupamento e 25,3 milhões votos contra. Não houve abstenções.
O grupamento de ações ordinárias de emissão da companhia será realizado na proporção de 25 para 1. Ou seja, grupos de 25 papéis BHIA3 serão unidos para formarem uma nova ação — e o preço também será multiplicado pelo mesmo fator.
Vale destacar que a medida foi proposta justamente para elevar a cotação. A B3, operadora da bolsa brasileira, tem regras que inibem a negociação de ações abaixo de R$ 1 por muito tempo.
TOUROS E URSOS — MAGAZINE LUIZA (MGLU3) E CASAS BAHIA (BHIA3): O QUE REALMENTE DEU ERRADO?
Chamados de penny stocks, papéis com essa característica costumam apresentar uma volatilidade ainda maior do que o restante dos ativos do mercado acionário. As ações da Casas Bahia fecharam o dia estáveis, cotadas a R$ 0,53.
Além disso, a B3 considera critérios como o volume de negociação e o status da empresa para compor a carteira do Ibovespa. Companhias em recuperação judicial ou cujo preço dos ativos é inferior a R$ 1 não são elegíveis, por exemplo.
Os detalhes do grupamento da Casas Bahia
O grupamento de ações da Casas Bahia, na razão de 25 para um, não alterará o capital social da companhia — atualmente em R$ 5,449 bilhões —, que passará a ser dividido em 95.083.231 ações ordinárias proporcionalmente à aprovação anterior ao grupamento e sem alteração dos direitos.
Os acionistas detentores de ações da Casas Bahia em número que não seja múltiplo de 25 deverão observar:
- Os acionistas terão um prazo de 30 dias a partir de hoje para o ajuste de posições;
- A partir de 28 de dezembro, as ações da Casas Bahia passarão a ser negociadas grupadas;
- A liquidação do grupamento da B3 será no dia 2 de janeiro de 2024.
- Ao fim do prazo de composição, as eventuais frações de ações serão aglutinadas em números inteiros e vendidas em leilão a ser realizado pela Casas Bahia na B3 — o produto da venda será rateado proporcionalmente aos titulares das frações, após a liquidação financeira.
A Casas Bahia ainda deve informar as datas de realização dos leilões.