A semana é de movimentações intensas no portfólio do fundo imobiliário Hedge Brasil Shoppings (HGBS11). Dois dias após vender a participação em um de seus ativos e cotas de outro FII, o HGBS11 enviou uma proposta para comprar parte Shopping Capim Dourado.
Uma fatia de 60% do imóvel, que está localizado em Palmas, capital do Tocantins, pertence ao BTG Pactual Shoppings (BPML11), alvo da proposta. E o fundo topou vender a participação no ativo por R$ 181,3 milhões.
A cifra representa um cap rate, ou taxa de capitalização, estimado de 9,25%. Mas isso pode mudar, conforme afirma o BPML11 em comunicado enviado ao mercado nesta quinta-feira (31): "a possível transação contará com uma parcela potencial de ajuste do preço caso a performance do Shopping, nos 12 meses contados do fechamento da operação, seja superior à esperada."
A gestora do fundo explica ainda que, mesmo sem ajuste, o montante acertado já é superior à marcação de valor justo do ativo no patrimônio líquido do FII.
Já o HGBS11 destaca que o Shopping Capim Dourado é o maior centro de compras de Palmas. A cidade, por sua vez, é a capital com o segundo maior crescimento populacional entre 2010 e 2022, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mas vale relembrar que a conclusão da transação está sujeita ao cumprimento de condições precedentes usuais a esse tipo de negócio. Uma delas é a captação de recursos por parte do comprador — o Hedge Brasil Shopping já conta com uma oferta em andamento no mercado.
Fundo imobiliário de logística também vende imóveis
Além dos representantes do setor de shoppings, um fundo imobiliário do segmento de logística também movimentou sua carteira nos últimos dias. O Tellus Rio Bravo Renda Logística (TRBL11) vai vender dois imóveis por R$ 246 milhões, ou R$ 30,26 por cota, para um comprador não identificado.
Mas essa cifra pode subir para cerca de R$ 43,28 por cota considerando que o pagamento será realizado em seis parcelas. Cinco delas serão corrigidas pelo CDI e terão um acréscimo de juros de 2% ao mês a partir do depósito do sinal, que corresponde a 18% do montante total.
Sem considerar essa correção, a gestão do FII estima um ganho de capital de R$ 64,2 milhões, ou R$ 10,05 por cota, com a venda.
SEU DINHEIRO EXPLICA — Dá para pagar uma faculdade de medicina com o Tesouro Educa+? Fizemos as contas para você!
Os recursos serão utilizados pelo TRBL11 prioritariamente para a "reciclagem do portfólio com investimentos na aquisição de novos ativos, pré-pagamento da série CDI do CRI dos Correios e reforço de caixa", segundo o comunicado enviado ao mercado ontem.
Os ativos vendidos possuem, em conjunto, pouco mais de 96,1 mil metros quadrados de Área Bruta Locável (ABL) e estão 97,9% ocupados atualmente.