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Corrida pela Braskem (BRKM5): agora, é a vez da Unipar (UNIP6) entrar na briga pela fatia da Novonor na petroquímica

Vista da então nova unidade da Braskem Petroquímica, em Paulínia, São Paulo. Petrobras (PETR3 e PETR4) e Novonor são as principais acionistas da Braskem (BRKM5) | Dividendos

A disputa pelo controle da Braskem (BRKM5) acaba de ganhar mais um concorrente: a Unipar (UNIP6), empresa líder na produção de cloro e soda na América Latina, fez uma proposta não vinculante à Novonor (ex-Odebrecht), dona de 50,1% do capital votante da petroquímica.

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Uma possível venda dessa fatia, equivalente a 38,3% do capital total da Braskem, é especulada há anos pelo mercado: trata-se de um dos ativos mais valiosos da Novonor, fortemente abalada pelas investigações da Operação Lava Jato e em recuperação judicial desde abril de 2020.

Nesse contexto, a corrida esquentou nas últimas semanas: conforme informado com exclusividade pelo Seu Dinheiro, o fundo americano Apollo e a Adnoc — a petroleira estatal dos Emirados Árabes Unidos — fizeram, no começo de maio, uma proposta em conjunto para comprar a participação da Novonor na petroquímica brasileira.

A negociação entre as partes, no entanto, parece estagnada; a Petrobras, outra acionista de referência da Braskem, com 36,1% do capital social, tem mostrado resistência à possibilidade de venda do controle para empresas estrangeiras. Do lado da Novonor, não houve manifestações públicas desde então.

Mas o que a Unipar traz à mesa? Assim como Apollo e Adnoc, ela diz ter estruturado uma proposta que contempla o pagamento parcial dos credores da Novonor, além de novas condições para o saldo da dívida remanescente. No entanto, ao contrário dos rivais, ela cogita que a antiga Odebrecht continue com uma participação minoritária indireta.

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Unipar, Novonor e Braskem: detalhes escassos

Detalhes da proposta feita pela Unipar à Novonor não foram informados oficialmente, mas, segundo Lauro Jardim, colunista de O Globo, as cifras envolvidas giram em torno de R$ 10 bilhões — 20% superior ao oferecido por Apollo e Adnoc.

Em documento entregue à CVM no fim da noite de sábado, a empresa diz apenas que pretende lançar uma oferta pública de aquisição de ações dos minoritários da Braskem, nos mesmos termos apresentados à Novonor; em paralelo, haverá uma operação semelhante para comprar os ADRs da petroquímica em Wall Street.

Também não foram passados detalhes quanto aos bancos envolvidos nas negociações ou a estrutura da transação em si, de modo a viabilizar o pagamento às partes.

Quanto à Petrobras, a Unipar diz que, "no momento adequado", negociará sua participação nos termos da operação, incluindo os ajustes necessários ao acordo de acionistas da Braskem.

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"Com mais de 50 anos de participação no setor, a operação faz parte da estratégia da Unipar de ampliar sua participação no setor petroquímico brasileiro, no qual pretende continuar investindo e contribuindo para o desenvolvimento nacional", diz a empresa, no documento.

Ações em queda

Como o comunicado oficial da Unipar foi divulgado no fim de semana, o mercado só reagirá à notícia no pregão de segunda-feira (12). Seja como for, é de se esperar uma nova alta intensa dos papéis da Braskem (BRKM5), considerando que, à época da proposta de Apollo e Adnoc, já houve uma disparada.

Vale lembrar, no entanto, que tanto Braskem quanto Unipar têm desempenhos apenas tímidos na B3 neste ano: enquanto a petroquímica acumula ganhos inferiores aos do Ibovespa, a potencial compradora da fatia da Novonor amarga perdas de mais de 15% — ambas estão distantes das máximas históricas.

Retorno acumulado das ações da Braskem (BRKM5) e Unipar (UNIP6) em 2023. Fonte: B3
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