Depois de dias de fortes quedas, as ações da antiga Via estão de cara nova na B3, assim como a própria companhia, que agora passará a se chamar Grupo Casas Bahia. O antigo código de negociação VIIA3 foi substituído por BHIA3.
As mudanças, que já haviam sido aprovadas pelos acionistas na semana passada, entraram em vigor no pregão desta quarta-feira (20).
O objetivo, segundo a companhia, "reforçar os valores e o compromisso com seus clientes, resgatando o histórico de bons resultados das categorias core da empresa".
“Não existe outro nome que conecte mais a companhia à história de vida dos brasileiros. Já que foi a Casas Bahia que popularizou e permitiu a compra a prazo para muitos consumidores que nem conta em banco tinham”, explicou Renato Franklin, CEO do Grupo, em nota enviada à imprensa.
Novo ticker da Casas Bahia (BHIA3) estreia em alta
E o novo ticker estreou em grande estilo na B3: as ações BHIA3 abriram o dia com uma alta de até 4%. Voláteis, os papéis chegaram a entrar em três leilões por oscilação máxima permitida durante as primeiras horas da sessão.
As ações fecharam o pregão em alta de 1,33%, cotadas em R$ 0,76. Mas vale destacar que a mudança de código não alterou o cenário majoritariamente negativo para as ações das Casas Bahia, que acumulam uma queda de mais de 40% em setembro.
Os papéis foram penalizados por uma oferta de ações que saiu com um desconto muito maior que o previsto e levantou menos capital do que o esperado pela empresa.
Já era esperado que a Via teria que aceitar uma precificação menor para emplacar a oferta devido à demanda mais fraca, mas o follow-on acabou captando bem menos do que o previsto.
Com um preço de R$ 0,80 por ação — cerca de 28% abaixo da cotação no fechamento anterior à definição do preço — e a emissão de 78.649.283 novos papéis, a oferta movimentou R$ 623 milhões.
Vale destacar que, inicialmente, a dona da Casas Bahia pretendia levantar quase R$ 1 bilhão com a operação.
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Por que a Via (VIIA3) fez uma nova oferta de ações?
A Via está em uma situação financeira delicada e tem necessidade de se capitalizar para reequilibrar o balanço — em uma situação semelhante à do IRB (IRBB3), aliás.
De acordo com a companhia, os recursos obtidos com a oferta serão destinados à conta de capital social da empresa e à formação de reserva de capital.
Segundo o fato relevante arquivado na CVM, metade do preço por papel fixado no follow-on — isto é, R$ 0,40 por ação — será destinado à conta de capital social.
Com isso, o capital social da varejista será aumentado em R$ 311,45 milhões, para R$ 5,45 bilhões, dividido em 2.377.080.572 ações.
Por sua vez, a outra metade dos recursos levantados com o follow-on formará a reserva de capital da varejista, em uma quantia total de R$ 311,46 milhões.