O apoio da senadora Simone Tebet (MDB) no segundo turno das eleições presidenciais estava sendo disputado como uma joia da coroa, e o escolhido para receber esse reforço precioso foi o petista Luiz Inácio Lula da Silva. Veja o vídeo abaixo e aproveite para nos seguir na nossa página do Instagram (basta clicar aqui).
Tebet, que ficou em terceiro lugar na primeira etapa da corrida ao Palácio do Planalto, foi convidada nesta quarta-feira (05) para embarcar na campanha petista durante um almoço na casa da ex-senadora Marta Suplicy. A campanha de Lula defende que Tebet seja uma peça importante para atrair novos eleitores.
Horas depois, Tebet apareceu em público — sem a participação do ex-presidente — para anunciar seu apoio. O encontro dos dois deve acontecer na quinta-feira (6), segundo a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
No pronunciamento, Tebet disse que reconhece o compromisso de Lula com a democracia e a Constituição — pontos que desconhece no presidente Jair Bolsonaro (PL).
A senadora, no entanto, aguarda um posicionamento público do PT sobre adesão às suas propostas para decidir seu engajamento na campanha.
Os pedidos de Tebet para Lula
Muito se especulou sobre a barganha de cargos ou ministérios em troca do apoio de Tebet em um eventual governo Lula.
Gleisi Hoffmann negou que a senadora e Lula tenham discutido uma participação em uma nova gestão petista. Nos bastidores, no entanto, Tebet é cotada para assumir um ministério, como o da Agricultura.
Oficialmente, a senadora apresentou no almoço de hoje na casa de Marta Suplicy apenas um rol de propostas e projetos que gostaria de incorporar ao programa de governo petista — as ideias seriam nas áreas de educação, saúde e direitos da mulher.
Tebet defendeu hoje zerar filas na educação infantil e ensino médio técnico, além de uma poupança de R$ 5 mil ao jovem que concluir o ensino médio.
Ela também propôs zerar as filas de cirurgias, consultas e exames com repasse de recursos ao SUS; resolver o problema do endividamento das famílias; sancionar lei que iguale salários entre homens e mulheres; e criar um ministério plural, com homens, mulheres e negros, tendo competência como requisito.
"Meu apoio é por projetos que defendo e ideias que espero ver acolhidas. Dentre tantas que julgo importantes, destaco cinco, tendo sempre a responsabilidade fiscal, âncora fiscal, como meio para alcançar o social", disse ela.
- Leia também: FHC e Lula juntos — o que significa o apoio formal do ex-presidente ao rival histórico no 2º turno contra Bolsonaro
Com a palavra, Simone Tebet
No pronunciamento, Tebet afirmou que “em face de tudo o que testemunhamos no Brasil” e do clima de polarização, ela não está “autorizada a abandonar as ruas e praças, enquanto a decisão soberana do eleitor não se concretizar”.
Ao anunciar apoio a Lula, a senadora criticou os dois líderes na disputa ao Planalto, mas pelo amor à democracia pede desculpas aos companheiros que “imploraram” por sua neutralidade no segundo turno.
O MDB reiterou nesta quarta-feira que libera seus filiados para se manifestarem no segundo turno “conforme sua consciência”.
“Peço desculpas aos amigos e companheiros que imploraram pela neutralidade neste segundo turno, preocupados que estão com a eventual perda de algum capital político, para dizer que o que está em jogo é muito maior que cada um de nós. Votarei com minha razão de democrata e com minha consciência de brasileira”, disse Tebet.