O governo eleito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira (29) os últimos nomes do chamado “primeiro escalão” dos ministérios. Marina Silva, Simone Tebet e Sônia Guajajara foram as escolhas finais do futuro chefe do Planalto, que está a pouco mais de 72 horas de assumir o cargo.
Tebet, que concorreu à eleição no primeiro turno contra Lula e foi a queridinha da chamada “terceira via”, será a futura ministra do Planejamento.
A ex-senadora usou dos seus primeiros minutos à frente da pasta para elogiar a “dobradinha” com Fernando Haddad, escolhido para a Fazenda. Para ela, a dupla "não tem como dar errado".
"Nós já começamos com três identidades: somos professores universitários, ele tem parentes no meu Estado (Mato Grosso do Sul) que são amigos em comum. E ele me deu a terceira: somos de origem libanesa. Então, não tem como dar errado", disse Tebet.
Tebet e Haddad: bonitos na foto!
Ao ser anunciada ministra, Tebet convidou Haddad para ser fotografado junto a ela e Lula.
Ao sair do CCBB, onde seu nome foi oficializado, a senadora disse que, já na segunda-feira (02), pensará na composição de sua equipe.
"O ministério não existia. Foram quatro anos sem planejamento e agora dependemos do organograma que defendemos ontem para poder montar a equipe. Tem muita gente boa na cabeça e segunda-feira começaremos a anunciar", prometeu a futura ministra.
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Já nas ideias…
Há algum temor nos bastidores do governo eleito de que os dois ministros possam ter rusgas pelas diferenças programáticas sobre a condução da economia.
Ainda assim, Tebet diz que vai trabalhar sempre em "harmonia" com o colega da Fazenda.
Questionada sobre se ajudaria Haddad na confecção do arcabouço fiscal para 2023, ela voltou a dizer: "sempre".
Simone fez questão de dizer que sua Pasta terá uma inserção em todos os temas do governo. "O Planejamento é isso: a gente produzir boas sementes para que todos os ministérios possam plantar e o Brasil ter uma boa colheita", afirmou.
Tebet não quer ser “RH do Estado”
A futura ministra negou que seu ministério foi esvaziado com a separação da área de gestão para um ministério à parte, que cuidará do "RH do Estado".
"Ao contrário. Olhem todo o organograma e vocês veem: tudo passa por um planejamento no governo do PT. O governo do presidente Lula é participativo. Você não tem ação sem planejamento, programa, metas, objetivos", argumentou.
"Vamos estar servindo, como ministério meio, todas as Pastas. Vamos produzir diagnóstico, fados, material, elementos, programas, projetos e colocando o programa do presidente Lula no orçamento do planejamento."
Tebet, Marina, Guajajara e mais: além dos ministérios femininos
Até o momento, o governo Lula confirmou que 11 ministérios serão chefiados por mulheres, superando os números do antigo governo Dilma Rousseff (PT), que teve 10 mulheres à frente das pastas.
O próprio presidente Lula faz questão de não restringir o público feminino ao corpo de governo. Afinal, no mesmo evento, o petista afirmou que nomeará duas mulheres para as presidências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Ele não disse, porém, quando os nomes serão confirmados.
"O BB tem 200 anos e nunca se pensou em ter uma mulher na presidência. Vamos provar que uma mulher pode ser melhor que todos os homens que presidiram o banco. E vamos aprovar lei para mulheres terem salários iguais aos dos homens", afirmou Lula.
Nomes em avaliação
Segundo o Broadcast, executivas ligadas à Caixa têm sido cogitadas para presidir a instituição.
Entre as citadas estão Tatiana Thomé, vice-presidente de Governo do banco, e Rita Serrano, representante dos funcionários no conselho de administração da Caixa.