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Senado aprova pacotão para conter alta da gasolina com mudança no ICMS e auxílio para taxistas e motoristas de Uber; conheça os detalhes

Alta dos combustíveis, petróleo

Óleo diesel atinge maior valor nominal desde 2004

Depois de três adiamentos, foram aprovados hoje, no Senado, dois projetos que visam atuar sobre os preços dos combustíveis.

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Um deles cria um auxílio-gasolina para motoristas de baixa renda e busca impedir que os preços dos combustíveis disparem, estabelecendo um teto e um piso para os preços.

O outro propõe, entre outras coisas, que o ICMS passe a ser cobrado pelo volume de combustível comercializado e não mais pelo seu valor financeiro. Os dois projetos ainda dependem de aprovação na Câmara dos Deputados.

Auxílio-gasolina e sistema de bandas

O Auxílio Combustível Brasileiro (ACB) atenderia motoristas autônomos, taxistas, motociclistas de aplicativo e condutores de pequenas embarcações que tenham renda de até três salários mínimos através do pagamento de um valor mensal. 

Os pagamentos devem priorizar quem está inscrito no Auxílio Brasil e custariam em torno de R$ 3 bilhões aos cofres públicos.

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Para controlar os preços, o projeto prevê a criação de um sistema de bandas de preços com objetivo de limitar a variação ao longo do tempo através da Conta de Estabilização de Preços de Combustíveis, a CEP-Combustíveis.

A definição dos limites máximo e mínimo da banda deve ficar por conta do executivo. 

Quando os preços praticados estiverem abaixo do limite inferior da banda, os recursos excedentes ficam na CEP-Combustíveis.

Quando a situação se inverte e os preços superam o limite superior, os recursos da CEP-Combustíveis passam a ser consumidos para manter o preço dentro da margem estabelecida. 

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A CEP-Combustíveis, por sua vez, seria abastecida por diferentes fontes, como: dividendos da Petrobras à União, as participações da União nos regimes de concessão e de partilha, o superávit financeiro de fontes de livre aplicação da União e outras receitas oriundas do setor de petróleo e gás que sejam resultado do aumento da cotação internacional.

No mesmo projeto, o Senado aprovou a ampliação do vale-gás pago a famílias carentes, estendendo o benefício a 11 milhões de famílias, o dobro do público atendido atualmente. O impacto é de R$ 1,9 bilhão e também está sujeito ao teto de gastos.

Agora, os senadores se mobilizam para aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para tirar as amarras fiscais desses benefícios, mas a PEC ainda não andou.

Impostos estaduais

O Senado também aprovou o texto-base do projeto que altera o modelo de cobrança do ICMS, imposto arrecadado pelos Estados, sobre a gasolina e outros combustíveis e isenta a aplicação do PIS e a da Cofins, tributos federais, sobre o diesel e o gás de cozinha até o fim do ano.

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O projeto do ICMS foi desidratado em relação ao texto aprovado inicialmente pela Câmara e foi defendido pela equipe econômica do governo do presidente da República, Jair Bolsonaro. Após a aprovação final, as mudanças dependerão de nova votação na Câmara.

O texto enfrenta resistência de governos estaduais, que não querem abrir mão de arrecadação em ano eleitoral.

Governadores não querem turbinar o discurso do presidente Jair Bolsonaro de que o vilão da alta é o imposto cobrado pelos Estados.

O parecer aprovado pelo Senado força os Estados a cobrarem o ICMS sobre o litro de combustível, e não mais sobre o preço final do produto. 

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Além disso, institui um modelo de cobrança monofásica, em apenas uma fase de comercialização, e de alíquota única entre os Estados.

As mudanças, no entanto, dependerão de aprovação do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), do qual os secretários estaduais fazem parte e onde as deliberações só são aprovadas por unanimidade.  

Ou seja, na prática, o novo modelo dependerá de decisão dos próprios governadores.

Como regra de transição, a proposta congela a cobrança de ICMS sobre o diesel até o fim deste ano, conforme a média de preços dos últimos cinco anos. É uma forma de amenizar o impacto ao consumidor final, principalmente os caminhoneiros.

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No mesmo projeto, o Senado aprovou a isenção do PIS e da Cofins, impostos federais, sobre o diesel e o gás de cozinha até o fim deste ano. 

A medida vai provocar uma queda de arrecadação de R$ 18 bilhões e não precisará de compensação fiscal, de acordo com o texto, dispensando uma regra da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Estica e puxa

A equipe econômica do governo é contra o fundo de estabilização, mas conseguiu emplacar alterações que condicionam a medida ao espaço fiscal e orçamentário. 

Na prática, o aporte de recursos ficará submetido ao teto de gastos públicos e à disponibilidade efetiva de recursos no caixa federal. 

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O projeto também enfrenta resistências na Câmara. Por isso, o Senado incluiu o auxílio gasolina e a ampliação do vale-gás, medidas com forte apelo político, no mesmo texto.

Veto presidencial

No entanto, a criação do auxílio-gasolina pode não sair do papel. Isso porque a lei eleitoral proíbe a criação de novos subsídios em ano de eleições.

Aliados do governo têm defendido que o auxílio é de interesse direto do chefe do Planalto, mas o executivo ainda analisa a legalidade do pagamento. 

Se o subsídio não puder ser criado ainda neste ano, só seria pago em 2023 pelo governo eleito em outubro, o que abre a possibilidade para o presidente da república, Jair Bolsonaro, vetar o dispositivo.

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*Com informações da Agência Senado e do Estadão Conteúdo

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