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Tensão flutuante do Rio: por que a decisão sobre o apoio a Freixo para o governo carioca importa tanto para Lula

Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

“Coração de eterno flerte, adoro ver-te”... A tensão entre os “meninos do Rio” — ou melhor, dos políticos de PT e PSB no Estado — pode complicar o apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no terceiro maior colégio eleitoral do país, atrás apenas de Minas Gerais e São Paulo.

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No centro da disputa está a vaga para a disputa ao Senado dentro da aliança formada pelos dois partidos. Nas articulações da candidatura de Lula para a disputa à Presidência, o PT concordou em  apoiar o deputado Marcelo Freixo, do PSB, para o Palácio Guanabara. 

Em troca, os petistas esperavam indicar o candidato da chapa à cadeira no Senado. O escolhido é André Ceciliano, presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Acontece que o presidente estadual do PSB, o deputado federal Alessandro Molon, não concorda em abrir mão da candidatura ao Senado pelo Rio. 

"Não fiz e não participei de qualquer acordo para ceder ao PT a vaga para o Senado", disse Molon em nota.

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Quando eu te vejo, eu desejo o teu desejo

O posicionamento de Molon contraria o PT, que pressiona por candidato único da coligação ao Senado.Insatisfeita, a executiva estadual do partido no Estado aprovou, por maioria, o rompimento da aliança com Freixo na noite de terça-feira (02). 

Seus integrantes acusam o PSB de descumprir o acordo estadual. A decisão ainda deve ser validada pelos demais partidos da federação: PCdoB e PV.

Integrantes do PT fluminense e do diretório nacional insistem que Molon quebrou o acordo. "Testemunhei o acordo firmado, que é defendido pelo próprio Freixo", disse a deputada Benedita da Silva, que representa o Rio na Executiva. 

O ex-secretário nacional de Comunicação do PT Alberto Cantalice, membro do diretório nacional, disse que Molon "traiu" o PT e está causando prejuízos à campanha de Freixo.

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Essa disputa no Rio não interessa em nada a Lula, que tenta liquidar a fatura das eleições presidenciais já no primeiro turno. Portanto, qualquer perda de apoio pode fazer a diferença na hora da contagem dos votos.

Calor que provoca arrepio

Diante do calor das discussões, a Executiva Nacional do PT adiou para sexta-feira (05), a decisão sobre a manutenção do apoio à candidatura de Freixo ao governo fluminense.

Em reunião na manhã desta quinta-feira (04), a direção do partido discutiu sobre a situação dos palanques estaduais em que ainda há entraves a serem resolvidos.

A decisão do partido deve passar por Lula, de quem será a palavra final. O partido vai aguardar até a data limite para o registro de candidaturas e chapas na Justiça Eleitoral. 

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A expectativa é que o PSB pressione Molon a mudar de ideia e retirar a candidatura ao Senado, algo visto como improvável por aliados do pessebista.

Quatro integrantes da executiva nacional do PT já se posicionaram contra a candidatura do presidente do PSB ao Senado pelo Rio. Eles devem engrossar o movimento contra a aliança do petismo com o PSB fluminense. 

Veja também: Quem a Faria Lima vai apoiar nas eleições de 2022?

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O deputado estadual André Ceciliano afirmou nesta quinta-feira (04), que vai persistir no acordo em torno de sua candidatura ao Senado e pressionar o PSB para que Molon se retire da disputa. 

O petista disse não haver possibilidade de Lula apoiar dois candidatos ao governo do Rio e que, por ora, o impasse não deve influenciar na prática o apoio a Freixo — embora tenha reiterado que não aceitará dois candidatos à cadeira do Legislativo na mesma chapa.

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 "Não tem a possibilidade de ter dois palanques. O presidente Lula já deixou claro que só teremos um palanque no Estado. Ocorre que a política é dinâmica. O presidente Lula entrou nessa discussão nos últimos dez dias”, disse Ceciliano ao UOL. 

Ceciliano afirmou que tinha o apoio do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), para concorrer ao governo do Estado, mas que decidiu ser candidato ao Senado após encontro com Lula e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, em fevereiro deste ano.

Segundo o deputado, o ex-presidente petista anunciou, naquela ocasião, que o acordo fechado com o PSB daria ao PT a prerrogativa de indicar o candidato ao Senado no Rio. 

*Com informações do Estadão Conteúdo

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