Após alertar a presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, para descartar possíveis planos de visitar Taiwan, a China informou que estava realizando exercícios militares neste sábado (30) em sua costa em frente à ilha democrática, que Pequim reivindica como parte do seu território.
Segundo a agência oficial de notícias Xinhua, a ala militar do Partido Comunista, o Exército de Libertação Popular (PLA, na sigla em inglês), estava realizando "exercícios de tiro real" perto das ilhas Pingtan, na província de Fujian, das 8h às 21 horas. A Administração de Segurança Marítima alertou os navios para evitar a área. Não foi informado se o exercício envolveria também mísseis, aviões de combate ou outras armas.
Pelosi seria a autoridade eleita norte-americana de mais alto escalão a visitar Taiwan desde 1997, mas ainda não confirmou se realizará a visita.
Na última quinta-feira (28), o presidente chinês Xi Jinping alertou seu colega americano, Joe Biden, por telefone, contra a "interferência externa" nos negócios de Pequim com a ilha.
Para a China, Taiwan não tem direito de conduzir relações exteriores, e a visita de autoridades americanas seria uma espécie de incentivo para que a ilha oficialize sua independência de fato.
'Medidas fortes' contra a independência de Taiwan
O Ministério da Defesa chinês alertou Washington, na última semana, para não permitir que Pelosi visite Taiwan. Um porta-voz disse ainda que o PLA tomaria "medidas fortes" para interromper a atividade pró-independência.
Taiwan e China se separaram em 1949 após uma guerra civil que terminou com uma vitória comunista no continente. Os dois governos dizem que são um só país, mas discordam sobre qual tem direito à liderança nacional. Eles não têm relações oficiais, mas estão ligados por bilhões de dólares em comércio e investimentos.
*Com Associated Press e Broadcast.