Depois da tempestade, vem a bonança. É isso que espera o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Depois de perder territórios, ficar encurralado na Ucrânia e ameaçar o mundo com o uso de armas nucleares, ele deu os primeiros sinais nesta sexta-feira (14) de que pode pegar mais leve na guerra.
Na segunda-feira (10), Moscou realizou os maiores ataques aéreos desde o início da guerra na Ucrânia, lançando mísseis em cidades movimentadas durante a hora do rush, no que o Putin chamou de vingança pela destruição de uma ponte que ligava a Rússia a Crimeia — uma área que pertencia à Ucrânia até 2014, quando foi anexada pelo governo russo.
Esse ataque atingiu pelo menos 11 pontos de infraestrutura em oito regiões ucranianas, deixando partes do país sem eletricidade, água ou aquecimento.
Bandeira branca?
Ao que tudo indica, Putin ficou satisfeito com o resultado dos últimos ataques aéreos na Ucrânia. Mais cedo, o líder russo afirmou que não há mais necessidade de novas operações militares em grande escala na Ucrânia, e que a Rússia não pretende destruir o país.
Ele ainda reafirmou que está disposto a manter negociações, embora tenha ressaltado que exigiria a mediação internacional se a Ucrânia estivesse disposta a participar.
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Putin também indicou que a "mobilização parcial" de reservistas do Exército ordenada no mês passado será concluída em duas semanas.
Em conjunto, as declarações sugerem que Putin pode suavizar o tom à medida que a guerra se aproxima do novo mês em meio a avanços ucranianos e derrotas russas significativas.
Putin não é tão bonzinho assim
As declarações de Putin podem até ser uma suavização de tom em relação à guerra na Ucrânia, mas não significa uma mudança completa de postura no conflito.
Falando em entrevista coletiva no fim de uma cúpula no Cazaquistão, ele alertou para uma “catástrofe global” no caso de confronto direto das tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) com a Rússia.
Vale lembrar que desde que perdeu território na Ucrânia e ficou de frente com uma crise com líder da Rússia, Putin vem ameaçando usar armas nucleares para defender o que chamou de integridade territorial russa.
Questionado se tinha algum arrependimento sobre a invasão da Ucrânia, Putin respondeu que não, dizendo que será ainda pior se ele não tivesse agido.
“Quero que fique claro: o que está acontecendo hoje é desagradável, para dizer o mínimo, mas teríamos a mesma coisa um pouco mais adiante, só que em condições piores para nós”, afirmou Putin.
*Com informações da Reuters e do The Guardian