A brMalls (BRML3) tinha até o início de fevereiro para responder à proposta de casamento da Aliansce Sonae (ALSO3), mas a resposta veio a cavalo. E foi um sonoro "não".
A pretendente pode até achar que a noiva está se fazendo de difícil, mas o mercado acha que a brMalls faz bem em se valorizar: as ações da companhia fecharam com alta de 7,01%, a R$ 8,40, ficando entre as maiores altas do Ibovespa. Os papéis da Aliansce Sonae avançaram 2,30%, a R$ 20,06, revertendo queda do início do dia.
Na madrugada de ontem, a Aliansce Sonae informou ao mercado que enviou ao conselho de administração da rival, no dia 4 de janeiro deste ano, uma proposta não vinculante de "fusão de iguais".
A possibilidade de combinação de negócios das duas companhias já vinha sendo aventada pelo mercado, e a proponente já tinha confirmado as conversas entre as empresas.
Mas nesta sexta (14), a brMalls emitiu um fato relevante recusando a oferta, "por entender que a referida proposta subavalia, consideravelmente, o valor econômico justo" da companhia e do seu portfólio de ativos "e, portanto, não atende aos melhores interesses dos acionistas da brMalls."
Segundo a companhia, seu conselho de administração foi unânime na recusa.
A oferta enviada pela Aliansce Sonae no dia 4 de janeiro envolvia o pagamento de R$ 1,35 bilhão em dinheiro aos acionistas da brMalls, uma quantia correspondente a 20% do valor de mercado atual da empresa. Na prática, os acionistas receberiam R$ 1,6184 por ação BRML3 na sua carteira.
Os 80% restantes seriam pagos em ações, sendo 0,31769690 ações ordinárias de emissão da Aliansce Sonae (ALSO3) por ação da brMalls.
Com isso, os acionistas da brMalls ficariam com 50% da empresa originada pela fusão. Segundo a Aliansce, a relação de troca “reflete um prêmio implícito de múltiplo relativo para os acionistas de BR Malls de aproximadamente 13%”.
Mas, segundo o fato relevante da brMalls, "a referida proposta não atribui pagamento de prêmio em relação ao fechamento da ação da companhia em 13 de janeiro de 2022."
É o fim?
Claro que não necessariamente isso significa o fim das negociações. A Aliansce Sonae ainda pode vir com uma nova proposta, que seja considerada mais atrativa pela brMalls.
Uma eventual fusão entre as duas companhias originaria a maior administradora de shopping centers da América Latina, muito à frente das rivais Multiplan (MULT3) e Iguatemi (IGTI11), com 69 centros de compras e lojistas que faturam R$ 38,5 milhões por ano.