Como já explicaram anteriormente os colunistas do Seu Dinheiro, a safra de balanços é sempre um bom momento para analisar a fundo as empresas da bolsa antes de escolher as suas preferidas — e é isso o que a XP fez para selecionar a dedo suas ações favoritas do setor de varejo.
O forte resultado do Grupo Mateus (GMAT3) no segundo trimestre garantiu ao atacadista um passe VIP para juntar-se ao Assaí (ASAI3) na seleta lista de varejistas de alimentos favoritas dos analistas.
Além dos robustos números do trimestre, as mudanças de governança da companhia também influenciaram a visão mais positiva dos analistas.
“Nós acreditamos que o anúncio combinado com os resultados sólidos marcam um novo ciclo da companhia, com melhora na governança corporativa, melhor dinâmica de capital de giro e investimentos e ventos favoráveis para crescimento de receita por conta da maturação de lojas e aumento do Auxílio Brasil”, escreveu a casa de análise, em relatório.
Dança das cadeiras do Grupo Mateus (GMAT3)
O grupo anunciou uma verdadeira dança das cadeiras na última sexta-feira (12), que já tem data marcada para acontecer.
O empresário Ilson Mateus, fundador e CEO do Grupo Mateus, deixará o comando da rede de supermercados para assumir a presidência do conselho de administração a partir de 22 de agosto.
Enquanto isso, o atual presidente do conselho, Jesuíno Martins Borges Filho, é quem ocupará o cargo de CEO na mesma data.
Vale destacar que, hoje, o executivo acumula o cargo de conselheiro e vice-presidente comercial e de operações do varejista de alimentos. Com a mudança, Jesuíno deixará também as posições anteriores, permanecendo como membro do conselho.
Além das trocas de CEO e chairman entre si, o Grupo Mateus também terá um novo vice-presidente de finanças e diretor de relações com investidores. Quem assumirá a posição é Tulio José Pitol de Queiroz, ex-Guararapes Riachuelo.
“Nós vemos esse anúncio como positivo, principalmente o do novo CFO, uma vez que vemos como um passo importante na profissionalização da companhia”, disse a XP, em relatório.
Os números do Grupo Mateus (GMAT3)
O Grupo Mateus (GMAT3) encerrou o segundo trimestre deste ano com um lucro líquido de R$ 264 milhões, avanço de 38,6% em relação ao mesmo período de 2021.
As receitas da rede de supermercados somaram R$ 5,2 bilhões entre abril e junho, crescimento de 39,7% na base anual.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, em português) da companhia chegou a R$ 357,3 milhões no período, alta de 43,8% em um ano.
Enquanto isso, as vendas líquidas da varejista de alimentos subiram 39% no trimestre em relação a 2021.
A XP considera que as vendas foram impulsionadas pelo plano de expansão da companhia, que abriu 41 novas lojas nos últimos 12 meses. Só no segundo trimestre, foram inaugurados quatro estabelecimentos.
O que dizem os analistas
Os analistas da XP acreditam que o Grupo Mateus (GMAT3) “apresentou resultados no segundo trimestre mais fortes que o esperado”.
Otimista para o futuro da empresa, a casa de análise voltou a recomendar a compra dos papéis GMAT3.
Apesar de terem desacelerado a alta vista no pregão de sexta-feira, quando GMAT3 fechou em valorização de 14%, as ações caminham no campo positivo nesta sessão.
Por volta das 11h47, os papéis tinham ganhos sutis de 0,19%, negociados a R$ 5,41.
Para a XP, as ações do Mateus possuem um “valuation interessante”, uma vez que negociam a um preço equivalente a 13 vezes o lucro projetado para este ano e correspondente a 7 vezes o valor estimado para 2023.
Segundo a casa de análise, uma das justificativas para a boa performance do Grupo Mateus no período é a redução das despesas operacionais.
Outro ponto positivo para o balanço do segundo trimestre foi o forte desempenho do indicador de vendas mesmas lojas (SSS), que cresceu 17% na comparação ano a ano.
Segundo os analistas da XP, o Grupo teve o maior nível de SSS no canal de Varejo em relação aos seus pares. No segmento de Atacarejo, o Mateus teve performance semelhante à do Assaí, ainda que abaixo do Atacadão.
Veja também: Nova era do ethereum em risco? I Analistas alertam: Não é hora de receber o ethereum 2.0
