Depois de terem começado o ano em forte queda, as units do Inter (BIDI11) subiram 15,46% nesta sexta-feira (07), a maior alta do dia no Ibovespa.
O movimento é visto como uma reação a relatório do banco de investimentos UBS BB.
As ações ON e PN do banco – BIDI3 e BIDI4, respectivamente – acompanharam a apreciação. BIDI4, inclusive teve a segunda maior alta do dia no índice, de 14,88%.
O que diz o UBS
Ao alterar a recomendação para BIDI11 de ‘neutra’ para ‘compra’, a instituição financeira suíça também atualizou sua projeção para o preço dos papéis do Inter.
Ainda que tenha cortado o preço-alvo de BIDI11 de R$ 81 para R$ 46, o potencial de valorização visto pelo UBS para os próximos 12 meses é de quase 100%.
A estimativa leva em consideração o preço de fechamento de ontem, com BIDI11 cotada a R$ 23,22. Hoje, a unit fechou cotada a R$ 26,73.
Aspectos positivos subestimados
Ao avaliar o papel, os analistas do UBS BB disseram considerar que os investidores estão enxergando o copo meio vazio, focados apenas no custo do capital próprio.
Ao explicar por que enxerga o copo meio cheio, o banco suíço observa que os investidores estão subestimando três aspectos relevantes:
- mesmo que o custo do capital próprio subisse, BIDI11 ainda teria 30% de potencial de valorização;
- o mercado está pagando quase nada por novas iniciativas; e
- o papel é negociado com uma capitalização de mercado por cliente descontada em relação aos pares mais próximos.
“Acreditamos que os riscos agora estão inclinados para o lado positivo”, enfatizam os analistas.
Ainda segundo eles, a possível listagem das ações do Inter nos Estados Unidos, recentemente adiada, e a receita média por cliente ativo podem servir de gatilhos para os preços.
Mudança de direção
Os papéis do Banco Inter vivem um início de 2022 de extrema volatilidade.
O desempenho de BIDI11 hoje contrasta com o tombo observado pelo papel nos primeiros pregões de 2022.
Na quarta-feira, as ações do Banco Inter chegaram a acumular perdas de 20% em relação à virada do ano.
O movimento foi atribuído a uma possível ordem de stop-loss do Ponta Sul, o fundo do gestor Flavio Goldim, mais conhecido conhecido como o “Monstro do Leblon”.
O Ponta Sul é um dos maiores acionistas individuais do Inter. Em agosto de 2021, a posição do Ponta Sul no Inter representava mais da metade da carteira do fundo, segundo as informações mais recentes disponíveis no site Mais Retorno.