A indicação de que o Banco Central deve adotar uma postura dovish, ou seja, menos agressiva em relação ao aperto nos juros, deixou o JP Morgan mais otimista com as ações das construtoras e incorporadoras na B3.
Os analistas do banco norte-americano relembraram, em relatório publicado nesta quinta-feira (1), que, historicamente, as ações do setor costumam performar acima do Ibovespa de 12 a 18 meses após o fim do ciclo de alta.
Para o JP Morgan, é provável que o movimento necessário para que as construtoras superem o principal índice acionário brasileiro ocorra já na próxima reunião do Copom, marcada para o dia 21 deste mês.
O banco alerta que é preciso aproveitar o momento antes que o gatilho de alta seja disparado: “Como parecemos enfrentar um ciclo Selic semelhante ao de 2016 – com um platô antes dos cortes – acreditamos que os investidores deveriam estar construindo posições agora.”
Quais construtoras devem estar na sua carteira, segundo o JP Morgan
Para quem vai seguir o conselho do JP Morgan e incluir as incorporadoras na carteira, o banco também atualizou os preços-alvos para o setor — prevendo alta de 40% a 50% para as favoritas dos analistas — e revelou sua preferência por MRV (MRVE3) e Direcional (DIRR3).
Segundo os analistas, o momento atual favorece os dois nomes ligados ao segmento de baixa renda por três fatores:
- A demanda resiliente apoiada pelo déficit habitacional brasileiro de mais de 7 milhões de imóveis;
- As melhorias recentemente anunciadas para o programa Casa Verde e Amarela, que deve levar a recuperação da margem bruta das empresas;
- As eleições presidenciais, já que, qualquer que seja o resultado, não deve pesar no segmento, pois os principais candidatos apoiam o programa.
Um nome da média e alta renda
O banco também recomenda compra para Cyrela (CYRE3). Apesar de focar nos segmentos de média e alta renda — para os quais o JP Morgan prevê dificuldades no curto prazo —, a incorporadora se beneficia da diversificação geográfica e de faixas de renda dentro do negócio.
Para a equipe do banco, a empresa também poderá surfar a expansão de suas subsidiárias Lavvi (LAVV3), Plano & Plano (PLPL3) e Cury (CURY3). As empresas abriram o capital em 2020 e atualmente valem, combinadas, R$ 1,3 bilhão, considerando apenas a fatia da Cyrela.
“Nossa ordem de preferência no setor é: MRV, Direcional, Cyrela, EZTec (EZTC3) e Tenda (TEND3)”, resumem os analistas. Veja abaixo a recomendação, o preço-alvo e o potencial de alta para cada uma dessas companhias:
Empresa | Recomendação | Novo preço-alvo | Potencial de alta* |
Cyrela (CYRE3) | Compra | R$ 21 | 48% |
Direcional (DIRR3) | Compra | R$ 18 | 39% |
MRV (MRVE3) | Compra | R$ 15 | 46% |
EZTec (EZTC3) | Neutra | R$ 21 | 16% |
Tenda (TEND3) | Venda | R$ 6 | 3% |