Estamos a algumas horas de conhecer o resultado do primeiro trimestre de uma das empresas varejistas mais queridinhas dos analistas. O Magazine Luiza (MAGLU3) lançará seu balanço dos primeiros meses de 2022 após o fechamento de mercados desta segunda-feira (16).
Mas as projeções para o futuro do setor não animam e o JP Morgan cortou a previsão para os papéis da empresa. As estimativas saíram de R$ 9,00 para R$ 6,50 antes do balanço — a alta potencial das ações, no entanto, ainda é de cerca de 48% em relação às cotações atuais de R$ 4,38.
Em números: as previsões para o Magazine Luiza
A receita bruta do Magazine Luiza deve ser de R$ 10,6 bilhões no primeiro trimestre de 2022, de acordo com as projeções do JP Morgan. Já a receita líquida deve variar cerca de 2,8%, subindo de R$ 8,25 milhões para R$ 8,48 milhões.
O lucro líquido, por sua vez, deve sentir um baque mais intenso, saindo de R$ 259 milhões para R$ 85 milhões na comparação entre o primeiro trimestre de 2021 e o mesmo período de 2022.
Vale lembrar que o Magazine Luiza teve lucro líquido ajustado de R$ 114 milhões no ano passado, ou seja, uma queda de 70% em relação a 2020.
Por último, o EBITDA (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve ficar pressionado devido ao aumento da Selic nos últimos meses, o que deve pressionar as margens até o ano que vem.
Dessa forma, o EBITDA esperado para o primeiro trimestre de 2022 é de R$ 372 milhões, 46,5% menor do que o resultado do mesmo período do ano passado.
Um caminho difícil pela frente
Segundo o relatório publicado na última sexta-feira (13), a perspectiva de alta dos negócios com a proximidade da Copa do Mundo do Catar deve aumentar as margens da empresa. Entretanto, o ticket médio mais baixo é um fator que pode limitar a cifra dos resultados.
A varejista tem reduzido os esforços no atacado, revendendo seus produtos para outros sites, para concentrar as energias diretamente na venda para clientes, o que é visto como ponto positivo na análise do JP Morgan.
Além disso, o resultado dos pontos físicos para retirada de produtos foi mais fraco no quarto trimestre do ano passado, apesar da tentativa de reestruturação do negócio. Como resultado, o volume bruto de mercadorias desse segmento deve desacelerar até 17% em 2022.
Quem sustenta o desempenho de MGLU3
A publicação ainda destaca que, na contramão desse resultado, quem injeta ânimo no Magazine Luiza são as vendas on-line e a possibilidade de otimização dos custos do negócio.
As margens brutas devem crescer cerca de 27,2% este ano, em especial após o anúncio de reestruturação do último trimestre. As lojas físicas devem melhorar o desempenho com essa otimização, mas o e-commerce também fica melhor posicionado com as mudanças.
E o Brasil ainda tem espaço para o crescimento do varejo online, apesar da intensificação devido a pandemia de covid-19. “Nesse contexto, empresas bem posicionadas como o Magazine Luiza devem captar recursos desse crescimento”, destaca o relatório.