Uma onda de aversão ao risco toma conta do mercado de ações — e não é de hoje. Mas existem papéis defensivos que podem ajudar a mitigar esses riscos. Para o BTG Pactual, a Localiza (RENT3) é um deles.
A empresa é considerada pelo banco como um porto seguro no setor de transportes apesar dos desafios persistentes na indústria automobilística.
O BTG lista duas razões principais para isso:
- A produção de veículos está melhorando gradualmente, ajudando a Localiza a retomar o processo de renovação de frota e, assim, o crescimento recorrente;
- No longo prazo, a Localiza demonstrou excelente criação de valor desde a sua criação e resiliência do negócio durante vários ciclos da indústria.
Além disso, o banco vê a Localiza sendo negociada a 16x preço/lucro (P/L) em 2023 versus 29,5x na média de 5 anos, enquanto os fundamentos de longo prazo estão mais fortes do que nunca, oferecendo espaço para normalização e expansão de múltiplos da empresa.
Por isso, o BTG manteve a recomendação de compra para RENT3 e revisou o preço-alvo da ação para R$ 80, o que representa um potencial de valorização de 55% com base no fechamento de segunda-feira (19).
Unidas também ajuda Localiza
No início deste ano, a Localiza concluiu uma combinação de negócios com a Unidas, iniciando o que o BTG chama de um novo capítulo para a empresa.
Para o banco, o negócio permite à Localiza assumir liderança em praticamente todos os segmentos, além de complementar o portfólio de serviços.
Além disso, o BTG considera positiva a estratégia de combinação cultural entre as duas empresas, que foi fundamental para acelerar a fusão complexa, realizada em um período curto, na visão do banco.
Dos R$ 80 do novo preço-alvo, uma parte é impulsionado por fluxos de caixa descontados (DCF) e outra — R$ 9,5 por ação — vêm das sinergias da Unidas, estimadas em R$ 9,3 bilhões pelo banco.
Previsões para 2023 e 2024
O BTG aumentou a projeção de receita líquida para a Localiza em 2023 e 2024 em 44% e 64%, respectivamente.
Já o avanço esperado para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) é de 143% e 153% nesses mesmos anos.
O lucro líquido, por sua vez, deve crescer 76% em 2023 e 106% em 2024, segundo o banco.