Pouco mais de um mês depois de negar que estava estudando um spin-off (cisão) da Aesop, a Natura &Co (NTCO3) anunciou nesta segunda-feira (17) que seu conselho de administração autorizou a avaliação comparativa de uma oferta pública de ações (IPO) ou separação de sua marca e unidade de negócios de luxo de bem-estar.
No dia 15 de setembro, a Natura &Co informou, por meio de esclarecimento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que não estava conduzindo qualquer estudo específico acerca de um possível spin-off da Aesop ou venda da The Body Shop.
Na ocasião, a companhia reforçou que vinha promovendo um redesenho da estrutura organizacional da Natura &Co para torná-la mais leve e eficiente, bem como para dar mais autonomia às unidades de negócio, em busca de “reagir a desafios externos” e melhorias em geração de caixa e rentabilidade.
Agora, a empresa diz que o IPO vem sendo estudado nos últimos meses como uma alternativa para financiar o crescimento acelerado da Aesop — uma estratégia que também está alinhada ao objetivo da Natura &Co para proporcionar maior autonomia e responsabilidade às marcas e unidades de negócios.
A Natura &Co mudou de ideia?
De acordo com a Natura &Co, o estudo comparativo para avaliar outras estruturas alternativas que possam agregar mais valor para a Aesop e aos acionistas foi aprovado pelo Conselho de Administração nesta segunda-feira (17).
A companhia reafirma que tais estruturas, que incluem um spin-off da Aesop, não haviam sido discutidas ou avaliadas pelo Conselho de Administração até hoje, conforme esclarecido à CVM em 15 de setembro.
- Leia também: O PIB apoia Lula ou Bolsonaro? De que lado estão os maiores empresários do Brasil no segundo turno das eleições
Se mudar, como fica?
Em ambos os casos, os negócios continuariam a ser liderados pelo CEO Michael O'Keeffe, por meio de uma holding a ser listada nos Estados Unidos, que deteria as subsidiárias da Aesop.
Atualmente, a Aesop é uma subsidiária da Natura Cosméticos e qualquer IPO ou spin-off só será realizado após a conclusão de uma reorganização societária que pode exigir aprovações de acionistas, credores e reguladores.
Qualquer operação que envolva a migração de parte do investimento detido pelos acionistas da Natura &Co para uma holding constituída fora do Brasil também estaria sujeita à anuência da maioria das ações em circulação da Natura &Co presentes na assembleia geral de acionistas para aprovar a reorganização societária.
No entanto, qualquer decisão sobre as operações será tomada pelo Conselho de Administração somente após a conclusão do estudo comparativo.