A empresa de entregas iFood tentou barrar a organização dos entregadores de apps com a criação de páginas e perfis falsos para difamar adversários. As informações foram noticiadas em primeira mão pela Agência Pública, que afirma ter consultado documentos confidenciais.
Além do material, agências de publicidade e pessoas envolvidas com o caso também foram ouvidas pela reportagem.
Páginas falsas do iFood
De acordo com a publicação, as páginas atuaram com uma técnica batizada de "Lado B", pela qual perfis falsos administrados por profissionais alimentam as redes com conteúdo a respeito de um tema.
Essa técnica é geralmente utilizada em campanhas políticas e usa a mesma linguagem do público-alvo. No episódio do iFood, as agências tentavam desmobilizar a greve de 2020 dos trabalhadores de aplicativos.
Uma das páginas falsas apontadas pela Agência Pública é a “Não Breca Meu Trampo”, com 12.973 seguidores e cerca de 12 mil curtidas.
A resposta da companhia
A empresa informou que defende o direito dos entregadores de se manifestarem e afirmou que se compromete com a investigação do caso, de acordo com nota enviada ao Estadão.
"O iFood reafirma que suas comunicações institucionais são realizadas apenas por seus canais oficiais, e que não compactua com geração de informações falsas, automação de publicações por uso de robôs ou compra de seguidores"
diz a nota da empresa
Reivindicações dos entregadores
Na última sexta-feira (1º), entregadores das empresas de delivery iFood, Rappi, Uber Eats e Loggi fizeram uma paralisação para reivindicar melhorias das condições de trabalho.
Os entregadores alegam precarização no trabalho e jornadas exaustivas de entregas, além da cobrança de taxas abusivas das plataformas.
Essa paralisação aconteceu no aniversário de um ano do último “Breque dos Apps”, realizado em 2020. As pautas dos entregadores permanecem as mesmas daquela época, quando o líder dos entregadores conhecido como Galo ganhou as manchetes.
*Com informações do Estadão Conteúdo