Uma baixa de peso na direção da Hapvida (HAPV3): Irlau Machado, um dos Co-CEOs da companhia e membro do conselho de administração, renunciou aos cargos — ele permanecerá desempenhando as funções até 21 de janeiro de 2023 e, até lá, irá contribuir com o processo de transição.
Irlau é um dos nomes mais respeitados do setor de saúde brasileiro, comandando o Grupo NotreDame Intermédica por oito anos; ele e Jorge Pinheiro Koren de Lima, presidente da Hapvida, foram as pessoas por trás da fusão entre as companhias, criando um dos maiores conglomerados do segmento no país — ambos eram Co-CEOs do grupo.
"A história de sucesso do Grupo NotreDame Intermédica e do próprio setor de saúde suplementar do Brasil se confundem com a história do sr. Irlau", diz a Hapvida, em comunicado, acrescentando que a decisão se deve "a propósitos e objetivos pessoais".
Por ora, Jorge Pinheiro Koren de Lima irá acumular as funções que pertenciam à Irlau na diretoria estatutária e, com isso, passará a ser o único CEO da companhia; a cadeira no conselho de administração ficará vaga até que um novo conselheiro seja indicado.
Hapvida (HAPV3): ano difícil na bolsa
Desde que a fusão entre Hapvida (HAPV3) e NotreDame Intermédica foi consumada, as ações do conglomerado têm mostrado um desempenho bastante fraco na B3. Em 12 meses, os papéis acumulam perdas de mais de 55%; em 30 dias, a baixa é de quase 25%.
Nesta terça-feira (22), as ações HAPV3 operam em baixa de 2,68%, a R$ 5,46, despontando entre as maiores quedas do Ibovespa na sessão; no momento, apenas os papéis ON e PN da Petrobras e os ativos da Yduqs têm desempenho pior — acompanhe aqui a cobertura completa de mercados.
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Qual a avaliação do mercado?
Em relatório, a XP diz que a notícia tem um viés negativo para a Hapvida (HAPV3), por mais que a estrutura de dois Co-CEOs pudesse trazer dúvidas quanto à condução da empresa. Segundo os analistas, a saída de Irlau não era esperada no curto prazo, o que pode indicar uma dificuldade de manutenção dos executivos-chave.
"Irlau foi o CEO da NotreDame Intermédica que conduziu a empresa por grande parte do processo de consolidação, e conhecia melhor as regiões e os ativos legado", diz a XP.
O BTG também mostrou-se surpreso com o anúncio, avaliando que a forma do anúncio pode trazer dúvidas ao mercado. "Irlau é um executivo de alto gabarito, e os investidores esperavam que ele fosse um dos condutores do processo de integração [entre Hapvida e Intermédica]", diz o banco, também em relatório.
Apesar da saída precoce, o BTG também pondera que a notícia não muda a "perspectiva sólida" para a tese de investimento em Hapvida no longo prazo — e, como tal, a recomendação de compra para as ações HAPV3 está mantida. "Mas, levando em conta os resultados trimestrais fracos, essa troca no comando provavelmente fará com que a companhia forneça mais visibilidade nas tendências de curto prazo e no plano de integração".