Elon Musk pisou no acelerador de seu Tesla (TSLA34) no segundo trimestre mesmo com vários ventos contrários ameaçando os negócios do bilionário.
Entre abril e junho deste ano, a fabricante de veículos elétricos registrou lucro líquido de US$ 2,259 bilhões, o que representa uma alta de 98% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O lucro por ação da Tesla saltou de US$ 1,02 para US$ 1,95 na mesma base de comparação.
Já a receita somou US$ 16,934 bilhões no segundo trimestre, o que representa uma alta de 42% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Os investidores gostaram do que viram. Os papéis TSLA, que entraram no after market em Nova York em baixa, passaram a subir mais de 4% depois que os resultados foram anunciados.
E eles surgem em um momento no qual o CEO da Tesla, Elon Musk, está envolvido no que está se tornando uma amarga batalha legal contra o Twitter.
Além disso, dúvidas pairam sobre o programa Full Self-Driving da Tesla, especialmente após a saída do ex-diretor de IA Andrej Karpathy da empresa.
Tesla (TSLA34): o trajeto já era conhecido
O trajeto que a Tesla (TSLA34) percorreu entre abril e junho deste ano já era conhecido pelos analistas — que esperavam um aumento no lucro por ação e na receita, embora em um ritmo mais lento do que nos trimestres anteriores.
E eles não erraram. Quando comparado ao primeiro trimestre deste ano, os números mostram que a Tesla pisou no freio.
O lucro líquido caiu 32% e a receita, por sua vez, baixou 10%. O lucro por ação entre janeiro e março também foi maior: US$ 2,86 ante US$ 1,95 entre abril e junho.
O spoiler dos resultados da Tesla veio dos números de entrega e produção de veículos do segundo trimestre.
Os dados mostraram que a empresa de Elon Musk produziu 258.580 veículos no período, um aumento de mais de 25% ano a ano. A Tesla também entregou 254.695 veículos entre abril e junho deste ano.
A performance da Tesla no segundo trimestre foi significativa, mas representou a taxa de expansão mais lenta da produção trimestral de veículos da empresa desde o segundo trimestre de 2020, no início da pandemia de covid-19.
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O pneu furado da Tesla (TSLA34)
Os dias de Elon Musk não têm sido fáceis. O CEO da Tesla enfrenta um processo multibilionário por um suposto esquema de pirâmide com dogecoin (DOGE).
Em seguida, o bilionário viu o Twitter levar a briga deles à justiça, com pena de multa de US$ 1 bilhão por ter desistido do acordo de aquisição.
Dias depois, ele ainda testemunhou um foguete explodir na fábrica da SpaceX.
Agora, Musk ainda precisa lidar com a saída do líder de inteligência artificial (IA) e piloto automático da Tesla, Andrej Karpathy.
O executivo já estava em período sabático da Tesla havia quatro meses — o suficiente para gerar rumores de que talvez ele não retornasse à fabricante de veículos elétricos.
E a saída de Karpathy não foi a única na equipe do piloto automático da Tesla. No fim do mês passado, a empresa de Elon Musk decidiu fechar o escritório em San Mateo, na Califórnia, para cortar os custos.
A unidade contava com a maior equipe de piloto automático da empresa e era responsável por melhorar a tecnologia e os sistemas de assistência ao motorista.
De acordo com registros do Departamento de Desenvolvimento de Emprego da Califórnia, o fechamento da instalação resultou em 229 pessoas na rua.