Após quase quatro anos em disputa, a BRF (BRFS3) conseguiu entrar em acordo de leniência com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) para o pagamento de pouco mais de R$ 583 milhões aos cofres públicos. Segundo o processo, a empresa deve devolver as “vantagens indevidas” e pagar multas previstas em lei.
Mas o que houve com a dona das marcas Sadia e Perdigão? Tudo começou em 2017, quando a BRF foi investigada na famosa Operação Carne Fraca, que desvendou esquemas de corrupção nos maiores frigoríficos do país e indicações políticas dentro do Ministério da Agricultura.
De qualquer forma, o ano não tem sido fácil para a empresa. Desde o início do ano, a queda acumulada é da ordem de 65,30%. Só no último mês, o recuo é de 22,48%, com as ações cotadas a R$ 7,76 no fechamento do pregão de ontem (28).
Operação Carne Fraca na BRF (BRFS3)
Um dos pilares do esquema de corrupção seria o pagamento de propinas a agentes públicos em troca da emissão de certificados de qualidade adulterados.
A empresa já estava na mira da Polícia Federal (PF) na Operação Trapaça, desdobramento da Carne Fraca em 2018.
O ex-presidente da BRF, Pedro de Andrade Faria, e o ex-vice-presidente Hélio Rubens Mendes dos Santos Júnior chegaram a ser presos na época, mas foram soltos em seguida.
Ambos ficaram proibidos de exercer atividade financeira ou econômica ligada à empresa, bem como acessar ou frequentar quaisquer unidades da empresa e estabelecimentos operacionais ligados ao grupo.
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Empresa é buy? Goldman Sachs responde
Em relatório, os profissionais do Goldman Sachs decidiram elevar a ação para o patamar neutro, com um preço-alvo de R$ 13,20.
Apesar das novas sinalizações, os analistas ainda possuem algumas dúvidas com relação à companhia, como os riscos de execução da estratégia da nova gestão, o mercado mais desafiador, com a JBS como concorrente principal, e a alta volatilidade dos preços dos grãos nos últimos seis meses.