Pouco mais de dois anos depois da abertura de capital, a Boa Vista (BOAS3) pode deixar a bolsa brasileira. Isso porque a empresa responsável pelo serviço de proteção ao crédito (SCPC) recebeu uma oferta de compra da Equifax.
A empresa norte-americana ofereceu R$ 8 por ação, o que representa um prêmio de 67% em relação às cotações da Boa Vista na sexta-feira (R$ 4,79). A proposta avalia a empresa de análise de crédito em R$ 4,257 bilhões.
Pode parecer um bom negócio, e a ação reagiu em forte alta de 48,23%, a R$ 7,10 na B3. Mas nem tanto para o investidor que comprou ações na oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês).
Afinal, os papéis saíram a R$ 12,50 (ou R$ 12,35 ajustados). Ou seja, a Equifax pode levar a companhia por um valor 35% menor do que ela já valeu.
Vale lembrar que a Equifax detém hoje uma participação de 10% na companhia. Ou seja, a empresa norte-americana conhece bem a Boa Vista.
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Principal sócio da Boa Vista já aceitou a oferta
Seja como for, a proposta da Equifax já tem o apoio do principal acionista da Boa Vista: a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que detém 30% do capital da companhia.
Aliás, uma das condições para a Equifax levar o negócio adiante foi justamente o compromisso da ACSP de não competir com o negócio da Boa Vista por 15 anos.
Além disso, a associação fornecerá acesso exclusivo aos dados e serviços de consultoria e suporte regulatório à companhia.
Resta saber agora se os demais acionistas vão aceitar a oferta. Um nome que deve ser decisivo para o sucesso da operação é o fundo TMG, que possui 21% do capital da Boa Vista.
Pela proposta da Equifax, os acionistas terão três opções. Em todas elas, as ações da Boa Vista (BOAS3) deixam de ser negociadas na B3:
- Receber os R$ 8 por ação em dinheiro;
- Receber uma combinação de dinheiro e BDRs da Equifax;
- Receber dinheiro e ações da EFX Brasil.
Por fim, a Boa Vista informou que o conselho de administração da companhia autorizou a contratação de assessores financeiros e legais para avaliar a oferta.