A onda de resgates do fundo Captalys Orion levou a gestora a tomar a decisão de fechá-lo para novas aplicações após as solicitações chegarem a 75% do patrimônio líquido. O fechamento do fundo está valendo desde ontem (3) e não há prazo estabelecido para reabertura.
Em comunicado enviado aos cotistas, a gestora informa que a presidente da Captalys, a americana Margot Greenman, vai se dedicar exclusivamente a retornar o capital integralmente aos cotistas, depois de o fundo registrar queda no valor das cotas na última semana de setembro.
O Orion é um fundo de crédito privado com diversas estratégias, que vão desde crédito direto ao consumidor até antecipação de recebíveis do setor imobiliário.
De acordo com a Captalys, o fundo está abaixo do seu desempenho histórico, mas não é isso que explica a massiva onda de resgates.
Revisão dos ativos
Em setembro, a Captalys anunciou a revisão do valor de alguns ativos nos quais o Orion investe, que foram remarcados a valor de mercado. Dentre eles, estavam créditos já inadimplentes concedidos a empresas.
Além disso, houve mudança nos provisionamentos da carteira inteira.
Em entrevista ao Broadcast na semana passada, Greenman disse que a Captalys decidiu provisionar os créditos de uma carteira fumaça que estavam atrasados há mais de 60 dias. O crédito fumaça, vale explicar, é um empréstimo no qual a empresa usa seus recebíveis futuros como garantia.
Esse movimento teria provocado um aumento nas provisões da ordem de R$ 40 milhões.
Onda de resgates
Segundo o regulamento do Orion, só são aceitos pedidos de resgate quatro vezes ao ano, ao final de cada trimestre.
O pagamento também leva seis meses para ser efetuado. O valor total dos pedidos também não pode ultrapassar 20% do total do patrimônio líquido do fundo.
Porém, os pedidos de resgate somam R$ 1,2 bilhão, de um patrimônio líquido de R$ 1,65 bilhão.
Vale destacar que o Orion é um fundo restrito a investidores profissionais.