A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que neste momento é preciso ter cautela em relação aos impactos da guerra na Ucrânia nos fertilizantes.
Rússia e Belarus, disse a ministra, são muito importantes para o Brasil como fornecedores de potássio e ureia.
A questão dos fertilizantes já era um problema no Brasil antes mesmo do conflito no Leste Europeu, e as consequências serão maiores a depender da duração da questão geopolítica, afirmou Tereza Cristina.
"Se guerra durar mais tempo, as consequências serão maiores. Esperamos bom senso e que essa guerra acabe rapidamente."
"Desde que nós soubemos, no ano passado, que a Bielorrússia (Belarus) sofreria sanções dos EUA e da União Europeia, começamos um périplo por alguns países", disse a ministra, em entrevista à CNN Brasil. Tereza Cristina afirmou que está indo ao Canadá no próximo dia 12.
A ministra informou que o governo brasileiro já monitorava a situação e sabia que haveria problemas com a Belarus com o fechamento de portos da Lituânia. "Temos preocupação, mas precisamos de cautela", disse a ministra. "Temos outros fornecedores de fertilizantes", minimizou.
Plano Nacional de Fertilizantes
A ministra da Agricultura também tratou do Plano Nacional de Fertilizantes que já está pronto e que deve ser lançado até o dia 17 deste mês.
O plano, conforme a ministra, está atualmente em processo de revisão da legislação no ministério da Economia e da Agricultura. "A Casa Civil até o dia 17 de março estará com isso pronto."
A ministra afirmou que, no plano de fertilizantes, foram identificados gargalos de legislação, tributários e de demora de licenças ambientais.
"Às vezes investidores acabam desistindo de explorar potencial, principalmente do potássio. Na região de Autazes (AM), nós temos uma gigantesca mina lá, que pode ser explorada. Supriria 25% do que hoje exportamos, que hoje está em torno de 96%", disse ela, citando também uma mina que depende de licença no Sergipe.
Tereza Cristina também disse que o Brasil importa fósforo do Marrocos, que é o maior produtor do mundo.
"É coisa muito complexa. Estamos trabalhando para ter menor dano possível. Para que o Brasil caminhe não para autossuficiência, mas para mais produção interna, para ter garantia da segurança alimentar e segurança nacional da produção."