O mundo sequer se recuperou totalmente da falta de chips provocada pela pandemia de covid-19 e já mergulha em mais uma crise — dessa vez financiada pelo presidente russo, Vladimir Putin.
Disparada do petróleo e do gás, escassez de grãos. Esses foram os sintomas imediatos da guerra entre Rússia e Ucrânia, que contribuíram muito para o mundo entrar em uma espiral inflacionária.
Agora, o conflito bate à porta de fabricantes de automóveis e cervejarias na Europa, que operam sob a ameaça da falta de vidro.
Mas o que Putin tem a ver com a falta de vidro?
Com a guerra de Putin contra a Ucrânia, os preços da energia subiram acentuadamente para níveis sem precedentes, especialmente na Europa.
Os temores de interrupções no fornecimento de gás natural aumentaram enquanto o velho continente busca um caminho para reduzir a dependência das importações de gás da Rússia.
A necessidade de fornecimento ininterrupto de energia é uma característica do processo de fusão do vidro. As instalações de fusão de vidro devem ser mantidas “quentes” e não podem parar durante sua vida útil.
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Como as empresas estão se virando
É bem verdade que o vidro pode ser importado de outros países, mas isso aumentaria os custos de produção.
Para evitar o repasse ao consumidor europeu — que já sofre os efeitos da inflação fora de controle — estocar as peças é a solução mais viável no momento.
A Volkswagen, por exemplo, está elevando os estoques de vidro e parabrisas para não ser forçada a reduzir o ritmo ou até mesmo suspender a produção na Europa.
Já a Audi, outra marca do grupo, estuda uma maneira de reciclar o vidro em sua linha de produção.
As cervejarias europeias, por sua vez, estão armazenando garrafas para manter o fluxo das vendas.
A indústria europeia pede socorro
Vários setores industriais, incluindo a Glass Alliance Europe, enviaram uma declaração à Comissão Europeia como reação à crise energética e seus efeitos.
O documento salienta que “são necessárias ações urgentes no curto prazo para aliviar a carga sobre as indústrias e minimizar os riscos de escassez de energia”.
A declaração também pede a revisão de diretrizes de auxílios estatais para dar direito ao setor de vidro à compensação por custos indiretos.
As indústrias também apelam a um diálogo com as autoridades europeias “para conceberem em conjunto os ajustes necessários à política energética e climática da União Europeia face a esta nova situação”.
*Com informações do The Wall Street Journal e da Glass on Web